Registrada em Berlim, começou sua trajetória com produção do Fusca

REDAÇÃO AB

 

Em 28 de maio de 1937, há 80 anos, era registrada em Berlim a “Companhia para preparar o caminho do carro do povo alemão”, um nome bastante incomum e aos moldes do genuíno idioma alemão. Posteriormente, a empresa recebia uma denominação mais simples, cujo significado é carro do povo, ou Volkswagen, que protagonizou o conceito de carro popular.

A trajetória como montadora começa um ano depois, em maio de 1938, com a construção de uma fábrica no canal Mittelland, em Wolfsburg, cidade-sede da companhia até hoje. De lá sairia o Tipo 1, o primeiro projeto de veículo conhecido como KdF-Wagen, mas a produção do primeiro lote com 630 veículos ficou apenas na promessa até 1945, uma vez que o local foi utilizado para fabricar armamentos e veículos utilitários militares, os Kübelwagen, para uso durante a Segunda Guerra Mundial.

Com o fim da guerra e a queda de Berlim, os britânicos assumiram a responsabilidade da fábrica, da cidade e da definição sobre o curso da planta de Wolfsburg, então bastante danificada pelos bombardeios aliados. Eles então se comprometeram com a reconstrução do local e em dezembro de 1945 começaram a produzir o Tipo 1, o primeiro lote com 55 veículos e que logo passou a se chamar Käfer (besouro). Dois anos depois, em 1947, o modelo começou a ser exportado, tendo a Holanda como primeiro destino, com cinco unidades.

A administração britânica efetivamente transformou a Volkswagen em uma empresa civil. Em outubro de 1949 os britânicos entregaram o comando da fábrica ao governo alemão, o Estado de Baixa Saxônia ficou responsável pela administração da empresa – e até hoje é um dos acionistas do grupo. O Volkswagen Fusca e a Kombi decisivamente moldaram a expansão da marca em todo o mundo.

A demanda elevada para ambos os modelos conduziu à construção de mais fábricas: em 1956, a Kombi passou a ser produzida em Hannover, as transmissões em Kassel, os eixos e ferramentais em Braunschweig e a planta em Emden foi construída para sustentar as exportações.

Em 1952, a Volkswagen estabeleceu no Canadá sua primeira filial para vendas fora da Alemanha, seguida pela subsidiária no Brasil, em 1953. Em 1960, a companhia foi privatizada, o governo vendeu sua participação majoritária, tornando a Volkswagen uma sociedade anônima. Naquela época, a empresa já tinha pouco mais de 64 mil funcionários e produzia cerca de 888,5 mil veículos por ano.

Em 1965, a Volkswagen começou a tomar rumo para se consolidar como grupo ao adquirir a Auto Union, que se fundiu com a NSU Motorenwerke em 1969 para formar a Audi de hoje. Outras marcas foram compradas a partir de meados da década de 1980: Seat (1986), Skoda (1991), Bentley (1998), Bugatti (1998), Lamborghini (1998), Porsche (2009), MAN (2011), Ducati (2015). Além disso, o grupo conta com a divisão financeira Volkswagen Financial Services, que reúne operações e todos os serviços financeiros, como Banco Volkswagen. Em dezembro de 2016, o grupo criou a divisão Moia, focado em serviços de mobilidade para o futuro (leia aqui).

Em 1985 a empresa expandiu sua presença global com a entrada no mercado chinês, onde produziu o primeiro modelo ainda no mesmo ano em parceria com uma montadora local. Atualmente, a Volkswagen mantém duas joint ventures na China e com a terceira em fase de negociação.

Após anos de crescimento contínuo, a empresa se viu obrigada a realinhar sua postura e gestão com o desencadeamento do escândalo que ficou conhecido como dieselgate, no qual a Volkswagen admitiu o uso de software que burlava os testes de emissões em cerca de 11 milhões de veículos movidos a diesel vendidos principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Tal escândalo custou o cargo de inúmeros envolvidos com a fraude, incluindo o de Martin Winterkorn, CEO e chairman na época. O dieselgate já custou cerca de US$ 25 bilhões aos cofres da montadora só nos Estados Unidos, pelo menos até agora.

Com isso, a Volkswagen nomeou novo corpo diretivo, conduziu Mathias Müller como novo CEO e divulgou o novo plano estratégico Together – Strategy 2025, focado em mobilidade sustentável para o futuro, baseado em soluções de digitalização, mobilidade elétrica, condução autônoma e novos serviços de conexão entre pessoas e veículo

Leave a Reply

Your email address will not be published.Required fields are marked *