Três líderes perdem mais participação

Fiat, GM e VW cedem quase 8 pontos de market share em 2015

PEDRO KUTNEY, AB

O mercado de veículos leves vem sendo marcado este ano por perda de participação sem precedentes nas vendas das três fabricantes líderes. Somados os emplacamentos de automóveis e comerciais leves entre janeiro e setembro, Fiat, General Motors e Volkswagen perderam juntas 7,82 pontos porcentuais de market share em comparação com o mesmo período de 2014, fazendo seu domínio baixar de 56,6% para 48,6% de um ano para outro. As três também foram as que registraram as maiores quedas nos negócios, bastante superiores ao recuo médio das vendas nos três trimestres de 2015.

Das dez marcas mais vendidas no País de janeiro a setembro, apenas uma, a Honda, registrou crescimento, as outras nove apresentaram variação negativa nas vendas e quatro delas registraram retração acima da média do mercado, de 21,7% na comparação com os mesmos nove meses do ano passado. Na briga pelo market share, dentro da lista dos dez primeiros do ranking só as três grandes perderam pontos porcentuais, que foram captados pelas seis marcas imediatamente abaixo, sendo que a décima, a Mitsubishi, praticamente não saiu do lugar.

A Fiat continua a liderar o mercado brasileiro de veículos leves, mas sem renovações de produtos foi também a que mais perdeu terreno. Suas vendas em nove meses recuaram 33,6% na comparação com o mesmo período de 2014 e no mesmo período a marca italiana perdeu 3,26 pontos porcentuais de mercado, descendo a 18,2% – pela primeira vez abaixo dos 20%.

Também sem grandes renovações de produtos, a GM ainda consegue se manter na segunda posição do ranking, foi a que menos perdeu das três grandes, mas mesmo assim o tombo foi grande, acima da média do mercado. As vendas de janeiro a setembro caíram 30,8% e a marca Chevrolet perdeu dois pontos de participação no período, para 15,3%.

Com 15% de market share, a Volkswagen vem logo atrás, mas perdeu mais este ano, entregando 2,5 pontos porcentuais de participação. A queda nas vendas em nove meses, de quase 33%, foi a segunda maior entre as dez marcas mais procuradas. A perda da liderança de mais de duas décadas do Gol, que não conseguiu ser compensada pelo Fox nem pelo Up!, tem custado caro à VW este ano.

MELHOR NO ANDAR DE BAIXO

Com oferta de produtos mais modernos e melhor equipados, as marcas que se encontram do quarto ao nono lugares no ranking da 10 mais procuradas conseguiram ganhar terreno, apresentando desempenho bem melhor do que a média do mercado. É o caso da Ford, na quarta colocação, que com a boa aceitação do Ka (quarto carro mais vendido do País entre janeiro e setembro), conquistou 1,7 ponto porcentual de market share, para 10,7% – a segunda melhor performance nesses nove meses. As vendas da Ford caíram 7% no período, bem menos que o mercado total.

Apesar do recuo nos emplacamentos de janeiro a setembro de 10,3% na comparação com o mesmo intervalo de 2014, a Hyundai conseguiu este ano consolidar-se na quinta posição do ranking, tirando o lugar que há anos era da Renault. Graças ao sucesso continuado do compacto HB20 durante três anos desde a sua introdução no Brasil, marca coreana conseguiu mais 1 ponto porcentual de market share este ano, que subiu para respeitáveis 8%. Com o lançamento, em outubro, da versão renovada do HB20, espera-se que a Hyundai fortaleça ainda mais sua posição nos próximos meses.

A Renault renovou toda a sua linha brasileira de produtos nos últimos dois anos, mas ao que parece a oferta de modelos espartanos não encontra mais tantos clientes em época de mercado retraído. A marca francesa teve importante retração de quase 20% em suas vendas de janeiro a setembro em relação aos mesmos meses de 2014, desceu do quinto para o sexto lugar do ranking e com isso sua participação de mercado ficou praticamente estacionada, com leve ganho de 0,17 ponto, para 7,2%.

A Toyota segue ancorada na sétima colocação com descoberta da boa qualidade do Etios por parte do consumidor brasileiro de menor renda, algo que o comprador mais abonado do Corolla já sabia. Com as duas linhas de produtos bem vendidas, a marca japonesa vem conseguindo passar pela crise de forma bem mais suave. As vendas de nove meses caíram 2,5% – o que no cenário de quedas acima de 20% pode ser considerado uma vitória. A Toyota conquistou este ano mais 1,4 ponto porcentual de market share, agora de 7%.

A também japonesa Honda vem logo abaixo, em oitavo lugar no ranking, mas seu desempenho relativo é o melhor de todos. Foi a única marca entre as 10 mais vendidas a apresentar crescimento dos emplacamentos, e bastante vistoso, de 17,4% em relação aos mesmos nove meses do ano passado. Graças às vendas meteóricas do HR-V lançado este ano e já o 14º mais vendido do País, a Honda foi a que mais ganhou participação de mercado, somando quase 2 pontos para si e fechando os três primeiros trimestres do ano com domínio de quase 6%.

Iniciando a lista dos que vendem menos de 100 mil veículos por ano, a Nissan segue na nona posição do ranking. Os 46,4 mil emplacamentos da marca de janeiro a setembro significaram queda de 6,2% diante do mesmo período de 2014. O carro de maior volume da marca, o compacto March fabricado no Brasil desde o ano passado, ainda não conseguiu atrair a atenção dos clientes brasileiros e este ano figura apenas como 29º carro mais vendido do País. Ainda assim, a Nissan conseguiu ganhar 0,41 ponto porcentual de share e ao fim de nove meses de 2015 tem quase 2,5% de participação nas vendas nacionais.

Sem novidades, a Mitsubishi fecha o ranking das 10 marcas mais vendidas com participação de 1,7% no mercado nacional, levemente abaixo do 1,8% registrado há um ano. A marca também teve retração das vendas acima da média de mercado, com queda de 25,2%.

Chama a atenção também a movimentação que ocorre logo abaixo do ranking das 10 mais vendidas. Com a decolagem das vendas do Renegade, lançado há poucos meses e já o décimo carro mais vendido do País em setembro, a Jeep também decolou com crescimento de 1.163% nas vendas somadas em nove meses deste ano contra os mesmos de 2014. A marca ganhou pouco mais de 1 ponto porcentual de market share de um ano para outro e agora tem 1,21% e figura como 12ª mais vendida. O Renegade sozinho representa 90% das 22,7 mil unidades emplacadas em três trimestres.

Com isso, a Jeep passou até a Peugeot, com fabricação nacional há mais de uma década, que desceu outro degrau no ranking, agora na 13ª posição, com perda adicional de 0,25 ponto de participação, para apenas 1%, e queda nas vendas de 36,4% entre janeiro e setembro. No mesmo período, a Citroën, sócia no Grupo PSA, teve retração ainda maior de emplacamentos, de 43,4%, e perdeu quase meio ponto de market share, para 1,26%, mas ainda conseguiu se segurar como 11ª mais emplacada.

Destaca-se também a ascensão da Mercedes-Benz da 15ª para a 14ª posição do ranking de emplacamentos de veículos leves, com crescimento este ano de 44,4% nas vendas comparativamente a janeiro-setembro de 2014. A marca quase dobrou sua participação de mercado, de 0,42% há um ano para 0,78% agora. O resultado é devido principalmente à linha de automóveis, responsáveis por 86% dos negócios no segmento (o resto são as vans Sprinter), liderados pelo Classe C, que sozinho respondeu no período por 35% dos licenciamentos.

Prejudicada pela falta de projeto de fabricação nacional e duramente atingida pela sobretaxação aos veículos importados em conjunto com a alta do dólar, a Kia continua perdendo terreno e no período janeiro-setembro desceu para a 15ª colocação entre as marcas mais vendidas no País – há um ano figurava na 13ª posição e em 2012 chegou a ficar em 11º lugar. Nos nove meses de 2015 as vendas da Kia retroagiram 28,7%, mas a participação de mercado praticamente não saiu do lugar, em torno de 0,7%.

BMW é premiada na Alemanha por fábrica no Brasil

Associação alemã DPEA premiou projeto de construção da planta de Araquari

REDAÇÃO AB

A Associação Alemã de Gestão de Projetos (DPEA, na sigla em alemão) premiou a BMW por sua fábrica no Brasil, inaugurada há pouco mais de um ano em Araquari (SC). A fabricante recebeu esta semana em Nuremberg, Alemanha, o German Project Excellence Award pelo gerenciamento do projeto de construção da planta, realizado em apenas 10 meses, tempo recorde dentro do BMW Group.

Com área total de 1,5 milhão de metros quadrados e 500 mil metros quadrados pavimentados, a fábrica da BMW no Brasil é a trigésima do grupo no mundo. Com investimento de mais de R$ 800 milhões, a unidade em Araquari tem capacidade para produzir até 32 mil carros por ano, com áreas de soldagem de carrocerias, pintura e montagem final (as partes estampadas vêm da Alemanha). Já estão sendo montados os cinco modelos prometidos pela fabricante quando anunciou a construção da planta: BMW Série 1, Série 3, X1, X3 e o Mini Countryman, que entrou em linha há menos de um mês (leia aqui).

O DPEA premia a excelência no gerenciamento de projetos de diferentes partes do mundo. Este ano foram avaliadas 120 iniciativas, com base em nove critérios, entre os quais estão Objetivos e Estratégia, Parcerias e Recursos, Métodos e Processos e Resultados Alcançados. O Prêmio da BMW foi recebido por Georg Zeller, gerente sênior responsável pelo projeto de construção e instalação da fábrica em Araquari, juntamente com os parceiros da empreitada, Emerson Edel, diretor de operações da Perville, Marcelo Hack, presidente da Perville, Jonas Tilp, diretor comercial da Perville, e Maurício Camargo, diretor da Concremat.

Mercedes-Benz B200, um automóvel familiar com receita clássica

A linha 2015 do Mercedes-Benz B 200 ganhou uma atualização visual e continua sendo a melhor opção da marca para transportar sua família

 

O fato de o Classe B ser um dos raros Mercedes sem versão esportiva AMG já diz muito sobre ele. Afinal, com a mutação do Classe A de minivan para hatch, restou a ele o papel de “familiar” da marca. Claro que ML e outros também servem à família, mas o B 200 é o mais focado nisso – e também o mais acessível, vendido por R$ 128.900.

Na linha 2015, o Classe B ganhou leves alterações externas – grade maior com dois filetes, novos para-choques e luzes diurnas – e novidades internas como a central multimídia com tela maior (7”), os instrumentos redesenhados e a iluminação ambiente laranja. Já na lista de série, além do básico, há airbags extras, faróis automáticos, bancos de couro e, ainda, itens sofisticados como banco do motorista com ajuste elétrico e estacionamento automático. Faltam, porém, ar-condicionado automático, retrovisor eletrocrômico e faróis de xenônio.

Se o design não emociona e a posição de dirigir é de minivan, sentada como numa cadeira, é no cotidiano que o B 200 conquista. O porta-malas é generoso, o freio de estacionamento é automático, há start-stop e sistema auto-hold para rampas (para acionar, basta apertar forte o pedal do freio). Além disso, o espaço traseiro é amplo e, além do isofix, há booster embutido e um dispositivo que evita que o cinto passe no pescoço da criança.

Ao volante, o câmbio automatizado é suave e rápido e o motor 1.6 turbinado, agora flex, está sempre disposto, parecendo até maior – não falta força em ultrapassagens e retomadas. A 120 km/h, o conta-giros marca 2.400 rpm, o silêncio na cabine é absoluto e o consumo fica na faixa de 14 km/l. Além disso, a direção elétrica tem ótima calibração e retorno exemplar, as suspensões são muito eficientes e os freios, bastante progressivos.

Seu maior rival no Brasil hoje é o BMW Série 2 Active Tourer, mas ele está sendo vendido só em versão 2.0 turbo de 234 cv e com acerto esportivo demais, que não combina com a proposta. Você também pode, pelo mesmo valor, levar um crossover “da moda”. Mas nenhum deles vai tratar tão bem sua família. Porque as melhores receitas para um carro familiar ainda são as mais clássicas: perua ou minivan.

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Ficha técnica:

Mercedes-Benz B 200

Preço oficial: R$ 128.900
Motor: 4 cilindros em linha, 16V, duplo comando variável, turbo, injeção direta
Cilindrada: 1595 cm3
Combustível: flex
Potência: 156 cv a 5.300 rpm (g/e)
Torque: 25,5 kgfm de 1.250 a 4.000 rpm (g/e)
Câmbio: automatizado, sete marchas, dupla embreagem
Tração: dianteira
Direção: elétrica
Dimensões: 4,393 m (c), 1,786 m (l), 1,558 m (a)
Entre-eixos: 2,699 m
Pneus: 225/40 R18
Porta-malas: 488 a 1.547 litros
Tanque: 56 litros
Peso: 1.425 kg
0-100 km/h: 8s4
Vel. máxima: 200 km/h
Consumo cidade: 9,2 km/l (g) – n/d (e)
Consumo estrada: 13 km/l (g) – n/d (e)
Emissão de CO2: 129 g/km
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: E (Médio)

AVALIAÇÃO
Motor
Câmbio
Desempenho
Consumo
Segurança
Equipamentos
Multimídia
Conforto
Porta-malas
Prazer ao dirigir

Honda adia produção da nova fábrica

Planta da marca em Itirapina (SP), que deveria operar a partir de 2016, segue “congelada” por tempo indeterminado

03/11/2015 – Redação / Foto: iCarros / Fonte: iCarros

Na última semana, a Honda anunciou que o início das operações da fábrica da marca em Itirapina (SP) foi suspenso por tempo indeterminado – previsão original indicava que a nova planta ficasse pronta ainda neste ano, com início da produção do Fitagendada para 2016.Segundo o novo cronograma, as operações em Itirapina só terão início quando “houver melhor previsibilidade do mercado” e que a nova data para o início das produções será definida de acordo com a evolução do mercado.

A Honda afirma que, apesar do “congelamento” nos planos de produção em massa, os investimentos previstos para o projeto da segunda fábrica da marca no País estão mantidos. Vale lembrar que a fábrica de Sumaré (SP) completou 18 anos em outubro e em mais deste ano trabalhava com hora-extra de 1h40 para atender a demanda do mercado.

GM dobra plano de investimento no Brasil

people-2.pngUm ano após anunciar um investimento de R$ 6,5 bilhões no Brasil, a General Motors dobra a aposta. A empresa confirmou nesta terça (28) que o investimento total no país entre 2014 e 2019 será de R$ 13 bilhões, incluindo uma nova linha de produtos.

A nova parcela de R$ 6,5 bi será destinada à concepção de uma família de veículos e corresponde a cerca de 35% do total divulgado pela montadora para mercados emergentes.

O anúncio do investimento foi feito por Dan Ammann, presidente da GM, na sede da GM América do Sul, em São Paulo. Ele está no Brasil para uma série de reuniões com a diretoria da empresa.

O executivo disse acreditar na retomada do mercado nacional, que passa por um período de queda nas vendas e na produção, com recuo de 18,5% no primeiro semestre em comparação com igual período de 2014.

Serão lançados seis novos produtos, todos compartilhando uma mesma plataforma. A GM não revelou quais serão os segmentos contemplados, mas é provável que os carros tenham porte compacto ou médio, incluindo um utilitário esportivo.

As fábricas de São Caetano do Sul (Grande São Paulo), Gravataí (PR) e Joinville (SC) receberão parte dos recursos para produção de veículos e componentes, mas a unidade de São José dos Campos (a 91 km de São Paulo) está fora dos novos planos.

“Temos sentido dificuldades em São José dos Campos, falta flexibilidade nas negociações trabalhistas”, diz Jaime Ardila, presidente da General Motors América do Sul.

Fonte: UOL Economia

Perspectiva para setor de autopeças no Brasil é negativa, avalia Fitch

SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Fitch Ratings publicou nesta terça-feira relatório sobre a indústria de autopeças no qual diz que o setor não deve reagir no curto prazo, tendo em vista uma expectativa de queda ao redor de 20% tanto da produção como da venda de veículos neste ano. Segundo a Fitch, os fabricantes de componentes aut

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Câmara reduz idade mínima para 18 anos para concorrer a deputado

BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira a redução da idade mínima para concorrer a deputado federal e estadual de 21 para 18 anos. O texto foi aprovado por 412 votos a 16 e faz parte da proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma política, que os deputados analisam em segundo turno. Os parlamentares votariam ainda dest

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