Abril tem a maior média diária de vendas de carros do ano

Mesmo com aumento, mês terminou com queda de 17,1% por feriados

JOEL LEITE, PARA AB

 

Abril terminou com queda nas vendas de veículos leves, que encolheram 17,1% na comparação com março e 3,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. A baixa, no entanto, não reflete a dinâmica real do mercado. Foram vendidas apenas 152.370 unidades no mês, mas a média diária de emplacamentos foi a mais alta do ano e a terceira melhor dos últimos 16 meses, com 8.465 licenciamentos/dia, volume 5,9% superior ao de março. Os números foram obtidos pela Agência Autoinforme (leia aqui).

A questão é que abril foi um mês excepcionalmente curto, com apenas 18 dias úteis – o mesmo patamar de fevereiro. A culpa é dos feriados da Sexta-Feira Santa e de Tiradentes, que prejudicaram o balanço mensal. A indústria também sofreu o impacto da greve geral convocada por sindicatos de todo o País: Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota tiveram a produção paralisada na sexta-feira, 28.

Nos últimos 16 meses, apenas em novembro (8.679 unidades/dia) e dezembro (9.048) do ano passado as vendas diárias foram melhores. Pode ser um sinal da desejada recuperação. Tanto que, no acumulado do ano, a queda permanece pequena: era de 1,1% no trimestre e agora é de 1,7% na comparação com o mesmo período de 2016. Foram vendidos 612,2 mil carros nos quatro primeiros meses deste ano, contra 622.620 no mesmo período do ano passado.

MUDANÇAS NO RANKING DE VENDAS

O ranking de emplacamentos dá folgada liderança para a GM, que tem 17,5% das vendas. A disputa fica mais acirrada na segunda e na terceira posições: com 230 carros a mais que a Fiat, a Volkswagen fechou abril na segunda posição, com 12,3% de participação (18.804 unidades). Enquanto isso a marca italiana ficou com 12,2% (18.589), perdendo a posição que mantinha nos últimos meses. Apesar disso, a Fiat comemora a entrada do Mobi na lista dos dez modelos mais vendidos do País: foram emplacadas 3.642 unidades no mês, volume que garantiu o nono lugar.

Três marcas brigam pela quarta posição no ranking, com pequena vantagem para a Hyundai, que fechou o mês com 9,8% e 14.998 carros vendidos. A Toyota, em quinto, vendeu 14.495 (9,5%), mesmo percentual da Ford, com 14.490 unidades. Renault, Honda, Jeep e Nissan completam a lista das dez marcas mais vendidas.

Ranking de vendas: Onix dispara e Mobi fica no top 10

Modelos médios ganham espaço no mercado no 1º quadrimestre

JOEL LEITE, PARA AB

 

Mobi ganhou espaço nas vendas e foi a única boa notícia para a Fiat no 1º quadrimestre
O ranking de vendas de carros teve mudanças importantes no primeiro quadrimestre do ano. O Chevrolet Onix se distancia cada vez mais dos concorrentes e se qualifica para, mais uma vez este ano, ser o carro mais licenciado do Brasil. Em abril, o hatch da GM vendeu 12.690 unidades, quase o dobro do segundo colocado, o HB20, que ficou com 7.935. Os números foram obtidos pela Agência Autoinforme (leia aqui).

A novidade foi a presença do Mobi na lista dos dez mais vendidos. O pequeno da Fiat teve 3.642 unidades emplacadas e ficou em nono lugar, bem à frente do seu principal concorrente, o Up!, da Volkswagen, que ocupou a vigésima colocação, com 2.673 unidades. Por sua vez, a picape Fiat Strada deixou a lista dos líderes e o Uno caiu para o 18º lugar, o que explica a queda da marca italiana para a terceira posição no ranking das maiores marcas de carros do País.

Ford Ka e Renault Sandero, terceiro e quarto colocados, ficaram na faixa das seis mil unidades, seguidos pelo Volkswagen Gol, quinto colocado com 5.517 carros. Consolida-se o aumento de participação dos modelos médios, de maior valor agregado, no mercado nacional. Em abril, três deles estão entre os dez mais vendidos.

Há ainda a picape Toro, que aparece em 11º lugar. O Corolla é o sexto colocado, com 4.970 unidades; o Compass é o oitavo (3.940) e o HRV, o décimo (3.576)O Prisma, sétimo colocado, completa o ranking dos dez carros mais vendidos em abril.

Locadoras apostam em recuperação da demanda em 2017

Após queda dos negócios em 2016, empresas vislumbram leve retomada

Após verificar queda de 25% no faturamento de 2016, que passou de R$ 16,2 bilhões para R$ 12,1 bilhões devido à menor demanda do mercado, as locadoras de veículos vislumbram melhores condições para os negócios em 2017. “Já entramos em processo de recuperação do mercado”, declarou Paulo Nemer, presidente da Abla, associação das locadoras de veículos no Brasil, ao apresentar os resultados do setor na quarta-feira, 29, na sede da entidade em São Paulo.

Segundo Nemer, grandes clientes deixaram de contratar os serviços de locação de veículos em 2016, principalmente empresas de grande porte e até mesmo o governo, envolvidos com a crise econômica e política. “O governo é um dos grandes clientes do setor de aluguel de carros; estava tudo suspenso até o ano passado e agora voltaram a licitar”, revela.

O presidente da Abla aposta em uma leve retomada em 2017, mas sem arriscar qualquer número ou projeção. Para ele, alguns fatores podem contribuir com a melhora do cenário para o mercado de locação, que é o maior cliente para a indústria automotiva no Brasil. Ele conta que alguns custos têm diminuído para as locadoras, como o preço do seguro, por exemplo, uma vez que os consumidores estão mais prudentes na condução. “Este custo já representou 12% do valor do carro em anos anteriores e hoje está em 3%”, afirma. “As locadoras também têm um poder de capitalização flexível: somos o maior fornecedor de seminovos do mercado”, lembra. Outras ações promovidas pela própria Abla podem intensificar os negócios, como a mediação de encontros com as montadoras a fim de oferecer condições diferenciadas para compra de veículos novos.

“Assim como foi para todos, 2016 foi um ano muito difícil, nosso faturamento diminuiu, mas eu diria que nosso negócio foi um dos menos impactados pela crise. Houve poucos fechamentos de empresas e nossa flexibilidade ajudou a equilibrar as contas muito mais rápido”.

OS NÚMEROS DA LOCAÇÃO

Os dados da Abla, desta vez consolidados em parceria com a Serpro, apontam que a procura pelo serviço de aluguel de veículos leves diminuiu 13% em 2016 com relação ao ano anterior, considerando o número de usuários, que passou de 26,8 milhões para 23,2 milhões.

A demanda diminuiu em todos os principais segmentos de atuação do setor, desde terceirização de frota até turismo de lazer e de negócios, o que resultou em um volume menor de compra de veículos pelas locadoras. O total de emplacamentos feitos em 2016 exclusivamente para locação fechou em 217,8 mil unidades, 35% abaixo do apurado em 2015. Isto reduziu de 13,6% para 10,9% a participação das locadoras nas vendas totais de veículos leves em 2016.

A partir deste balanço, a Abla passou a contabilizar em separado sua participação nos emplacamentos de veículos comerciais pesados, que fechou 2016 em 16,1%, para pouco mais de 9,9 mil unidades, entre caminhões e ônibus, de um total de 61,7 mil unidades licenciadas no ano passado. Já no de motocicletas, as vendas dedicadas à locação não chega a 0,3% do total dos licenciamentos deste segmento.

A frota disponíveis para aluguel fechou em 660,2 mil unidades em 2016, volume 22,6% menor que o do ano anterior. De acordo com o presidente da Abla, devido à contração do mercado, houve um leve aumento na idade média da frota, que passou de 19,5 meses para 20,7 meses em um ano. “A tendência para este ano é uma redução neste indicador”, comenta.

Nemer explica que pode haver variações nas comparações dos dados com o 2015 devido à nova metodologia de compilação adotada em 2016, agora feita junto à Serpro. “Tínhamos um banco de dados muito pulverizado, buscando fontes em separado, como Detran, Denatran entre outros, com alguns órgãos flexibilizando as informações. Agora concentramos 100% das informações em uma única fonte, que a partir deste ano traz uma fotografia mais real do setor”, afirma.

PARTICIPAÇÃO DAS MONTADORAS

Dos 217,8 mil veículos leves emplacados para as locadoras em 2016, a FCA/Fiat Chrysler foi responsável por 19,9%, um aumento de 3,5 pontos porcentuais sobre o ano anterior. A General Motors, com 16,8% de participação, saiu da 5ª posição em 2015, com 6,9%, para o segundo lugar dentro do setor. A Renault também aumentou sua fatia, de 11,9% para 16,1%.

Entre os caminhões e ônibus, com 9,9 mil veículos, a Mercedes-Benz e a MAN/VWCO foram as montadoras que mais venderam para as locadoras no período, com 25,8% e 19,3% de participação, respectivamente.

Veja abaixo entrevista exclusiva de Paulo Nemer, presidente da Abla, à ABTV:

MT: Locadoras podem ser proibidas de licenciar veículos em outros estados

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As empresas locadoras de veículos que atuam em Mato Grosso não poderão utilizar veículos licenciados em outros estados. É o que propõe projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Jajah Neves (PSDB) na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta última quarta-feira (29). Além disso, o projeto de lei tem o objetivo de priorizar os automóveis que pagam tributação no estado e não aqueles que estão vinculados a outras regiões do país.

Em sua justificativa, o deputado argumenta que as empresas que utilizam essa prática “lesam o erário público duplamente, por atuarem neste estado e não recolherem aqui o IPVA de seus veículos e ficando isentos do pagamento de multas, incentivando assim a transgressão das leis de trânsito”, explicou Jajah.

O deputado ainda sustenta que as locadoras utilizam o direito de licenciar os veículos em outros estados como forma de se verem livres do pagamento de eventuais multas de trânsito, já que os veículos autuados em outra unidade da Federação que não o de seu licenciamento, fica isento do pagamento das multas.

A lei também determina que as locadoras enviem, anualmente, ao Detran-MT (Departamento Estadual de Trânsito), a relação de todos os veículos disponíveis para locação, contendo marca, modelo, ano de fabricação, placas e município de licenciamento. As mudanças na frota deverão ser informadas em até cinco dias úteis, sob pena de multa por veículo não incluído ou excluído.

Os veículos licenciados em outros estados que forem flagrados em locação em Mato Grosso serão apreendidos e liberados apenas sob pagamento de multa, que será regulamentada pelo órgão fiscalizador e aplicada em dobro no caso de reincidência.

As multas aplicadas no caso de o veículo ser licenciado fora do estado será de responsabilidade da empresa que tem prazo de 180 dias para licenciar sua frota em Mato Grosso.

Do Folha Max.

Confira as principais revistas do setor

Frota e Mercado – Ano VI – Nº 18 – Jan / Fev / Mar – 2017

ABLA – Locação – Nº 71 – Mar / Abr – 2017

Anuário ABLA – 2017

Sindloc PR – ANo XVI – Nº 78 – Jan / Fev – 2017

Parar Fleet Review – Nº 10 – Março – 2017

Sindloc SP – Ano XX – Nº 187 – 2017

Sindloc MG – Ano XIII – Nº 85 – 2017

Sindloc SP – Ano XIX – Nº 186 – 2017

Auto Rental – Nº 30 – 2017

Ano V – Nº 17 – Out / Nov / Dez – 2016

Sindloc RS – Ano VII – Nº 20 – 2016

Sindloc ES – Ano XII – Nº 101 – Jan / Fev / Mar – 2016

Sindloc SP – Edição Especial | 2016

Ano V – Edição Número 14 – Jan/Fev/Mar – 2016

Auto Rental – 2016

Criminosos aplicam golpe em locadoras de carros no Aeroporto do Recife

Quadrilha utiliza documentos falsificados para alugar carros e não devolvê-los

Por: Portal Folha PE

Aeroporto Internacional do RecifeUm golpe envolvendo locações fraudulentas de veículos está sendo investigado pela Polícia Civil. Uma quadrilha interestadual com atuação no no Aeroporto Internacional do Recife é alvo dos investigadores. O grupo estaria utilizando documentos falsos para alugar veículos e não devolvê-los.

A ação já teria gerado um prejuízo de cerca de R$ 900.000 para as locadoras de carros. Medidas de precaução para evitar as fraudes já foram tomadas e a investigação está em andamento.

Outras informações serão divulgadas nesta quinta-feira (2) na Delegacia do Turista, com a delegada Verônica Azevedo.

Governo quer fortalecer inovação no Brasil com R$ 160 milhões

Este ano Embrapii ampliará em 9% montante aplicado em projetos

Fonte: Automotive Business

REDAÇÃO AB

O governo federal anuncia que vai aumentar o incentivo à inovação em 2017 por meio da Embrapii, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial. A organização vai aplicar R$ 160 milhões em projetos ao longo do ano, montante que supera em 9% o orçamento de 2016. A ideia é aumentar o número de unidades da entidade, que registra interesse crescente das empresas do setor privado em firmar parcerias. 


Faça aqui o download do relatório da BCG
-Veja mais estudos e estatísticas em AB Inteligência


A Embrapii pretende credenciar até cinco novos institutos de tecnologia, aumentando para 33 o número de suas unidades voltadas ao desenvolvimento de projetos de inovação. Segundo a organização, as companhias já percebem na parceria com o órgão a possibilidade de aumentar a competitividade dos negócios. 

Em 2016, o setor eletroeletrônico e de informática foi o que mais investiu em ações na Embrapii, com participação de 25,7%. Em seguida aparece a área de metalurgia, com 16,7%, e o segmento de mecânica, com 11,5%. 

Ainda que as ações da entidade estejam evoluindo, dado do ranking 50 Empresas Mais Inovadoras, organizado pelo The Boston Consulting Group (BCG), mostram que as companhias brasileiras ainda ficam para atrás quando o assunto é inovação. Segundo o levantamento global, o tema é prioridade para 75% das empresas nacionais. Há um ano este porcentual era de 85%.

No Brasil, consumidor paga por ineficiência da indústria automotiva

Para Infor, falta inovação desde a produção até a experiência do cliente


GIOVANNA RIATO, AB

As oportunidades de inovar na indústria brasileira são vastas, com possibilidades que vão da cadeia de fornecedores, passam pela produção e chegam até a ponta, na experiência do consumidor. Esta é a visão de Gabriel Lobistsky, diretor de vendas para a América Latina da Infor Enterprise Software Solutions, empresa que oferece consultoria e soluções digitais para melhorar processos. “Temos um desafio muito grande no Brasil não só por causa da tecnologia, mas por questões de legislação ultrapassada também”, avalia, citando as regras trabalhistas, por exemplo, que na visão dele engessam a atuação das companhias. 

O executivo aponta que, somado a este fator, há o desafio das fábricas antigas e muitas vezes defasadas principalmente na cadeia de fornecedores. “É impossível garantir 100% de aproveitamento da produção desta maneira. No fim, quem paga pela ineficiência é o consumidor”, enfatiza. Lobistsky destaca que é essencial trabalhar a inovação localmente com a implementação de recursos da Indústria 4.0, que engloba fábricas digitais, conectadas e altamente automatizadas, que trabalham com base em Big Data e Internet das Coisas. “A parte mais difícil nós já temos, que é o parque fabril grande e estruturado. Precisamos agora de mais tecnologia para fazer melhor uso dele.” 

O executivo reforça que outra ação essencial é melhorar a experiência do consumidor. “No Brasil ainda resistimos muito às vendas no meio digital. O cliente jovem não quer ir até a concessionária e sentar em uma cadeira para que o vendedor conduza ele em uma experiência. A geração Y prefere ela mesma pilotar as próprias experiências”, destaca. Em resumo, Lobistsky avalia que o cliente quer ter mais controle sobre a sua compra.

Um dos meios para isso é oferecer possibilidade maior de personalização. “Trabalhamos com a Ferrari com a oferta de um aplicativo em que o cliente acompanha todo o processo produtivo do carro, sabe quem fez o motor de seu veículo e pode compartilhar cada etapa nas redes sociais. O desafio é levar isso para fora do mercado de luxo de alguma maneira”, diz. 

Segundo Lobistsky, a dificuldade para inovar não é exclusiva do Brasil, mas algo recorrente em nações emergentes. “Estes países enfrentam bem mais barreiras. Tem também a questão de esperar para ver se dá certo lá fora, nas matrizes, antes de ousar localmente”, aponta. Ainda assim, ele diz que, com evolução tão rápida da tecnologia e da relação com o consumidor em mercados maduros, o avanço será inevitável até mesmo nos emergentes, ainda que aconteça com algum atraso.

Volvo anuncia investimento de R$ 1 bilhão nos próximos 3 anos na América Latina

Aporte focará em desenvolvimento de produtos, atualização em Curitiba e em serviços

Fonte: Automotive Business

SUELI REIS, AB

 

Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo na América Latina, anuncia novo investimento na região
“Estamos prontos para a retomada”. Foi com estas palavras que Wilson Lirmann, o primeiro presidente brasileiro do Grupo Volvo para a América Latina, anunciou um novo ciclo de investimento na região. O aporte de R$ 1 bilhão será aplicado entre 2017 e 2019 e terá como foco o desenvolvimento de novos produtos, a atualização da fábrica de caminhões e ônibus de Curitiba (PR) e incremento na área de serviços.

A maior parte do investimento, cerca de 90%, será destinada ao Brasil, afirmou o executivo durante encontro anual com a imprensa brasileira para divulgar o balanço de 2016, realizado na terça-feira, 14, em São Paulo.

“A ideia é complementar a oferta [de produtos] e manter a dianteira”, reforça Lirmann. Ele explica que o novo ciclo sustentará a meta da companhia em manter-se líder no mercado em que atua – caminhões acima das 16 toneladas de PBT ou os denominados semipesados e pesados – cuja participação da marca chegou a 28,8% em 2016, seu terceiro ano consecutivo à frente deste segmento. No ano passado, as vendas totais destes modelos no mercado brasileiro ficaram em 29,6 mil unidades, uma queda de quase 30% sobre 2015.

O último ciclo de investimento do grupo na América Latina foi equivalente a US$ 500 milhões no período entre 2013 e 2015, o que incluiu a última grande renovação da linha de caminhões, com a nova geração dos modelos da Linha F, lançada em 2014. Lirmann garante que 2016 não ficou de fora dos investimentos da empresa, mas que a Volvo prefere não divulgar o valor por critério da matriz sueca. Ele cita as novidades apresentadas no ano passado, como a versão do semipesado VM de 32 toneladas, indicado para o mercado de construção civil (leia aqui), além do lançamento da sexta geração da caixa automática iShift, que equipa praticamente 100% dos caminhões que saem da fábrica (leia aqui).

UM ANO DE OPORTUNIDADES

O segmento de pesados e semipesados em que a Volvo atua no Brasil é o que mais caiu nos últimos três anos, chegando a perder volume em mais de 70% desde 2013. Como efeito, o cenário obrigou a companhia a rever sua operação: “Quando o mercado está deste jeito, temos que nos ajustar à velocidade do mercado – e o fizemos”, afirma o diretor de caminhões Volvo no Brasil, Bernardo Fedalto. “Foi um ano de sacrifícios, lamentavelmente reduzimos o quadro”, afirma. No ano passado, a empresa dispensou 400 empregados de sua sede em Curitiba, a maior parte por meio de um programa de demissões voluntárias (PDV). Hoje, a fábrica que ainda atua com ociosidade de 70%, em linha com a indústria nacional de veículos pesados, conta com 3 mil funcionários.

A queda generalizada do mercado brasileiro, entre caminhões e ônibus, consequentemente também mexeu com os resultados da companhia: o faturamento passou de R$ 5,5 bilhões em 2015 para R$ 4,8 bilhões em 2016 na região da América Latina, que hoje responde por 5% do faturamento global. “Já fomos 10%; em 2011”, lembra o presidente Lirmann. “Equilibramos os resultados, mas está longe de ser satisfatório”, completa. Globalmente, o Grupo Volvo também diminuiu seu faturamento de um ano para o outro, em 3%, para US$ 33,7 bilhões. O Brasil, que já foi o segundo maior mercado da Volvo no mundo, figura hoje como o quinto, atrás de Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França, nesta ordem.

Na América Latina, foi fora do Brasil que o grupo encontrou alento: as exportações para outros mercados da região cresceram 30,6% em 2016, fazendo aumentar a fatia de participação das exportações na produção nacional, que passou de 29% em 2015 para 42% em 2016, em detrimento da participação do mercado brasileiro.

Destaques foram Peru, onde a Volvo alcançou a liderança do mercado na faixa de caminhões em que atua com 28%, e a Argentina, onde embora as vendas de caminhões tenham caído de 12 mil para 10 mil unidades no ano passado, a empresa ganhou market share, passando de 8% para 16%. “Acreditamos que há uma tendência de crescimento para este ano no mercado argentino”, afirma Lirmann.

O Chile também ganhou atenção maior da montadora, tanto que o país está incluso no novo plano de investimentos: “Vamos dobrar nossa presença no Chile, de sete para treze concessionárias”, revela Lirmann.

Para estes mercados, a Volvo projeta crescimento de 20% na Argentina, que tem uma base de comparação muito baixa, enquanto Chile deve ter um pequeno crescimento de 5% neste ano. No Peru as estimativas apontam para estabilidade no mercado de caminhões.

VOLTAR A CRESCER NO BRASIL

O ano de 2017 não deve ser dos piores, prevê a Volvo. Embora sobre uma base ainda negativa, o mercado deve voltar à curva de crescimento neste ciclo. “Devemos ficar entre a estabilidade e um crescimento de até 10% ou até mais do que isso”, estima Lirmann.

Com a firme missão de manter a liderança no segmento pesado, a empresa também visa aumentar sua participação no segmento de semipesado, com a linha VM. Tal visão é sustentada pela combinação de alguns fatores, que para Lirmann, indicam alguma tendência para a retomada já a partir deste ano.

O agronegócio, e em especial, a expectativa de novo recorde na atual safra de grãos é o alvo preferido da montadora, além da sinalização de retomada de investimentos na área do petróleo, bem como nas próprias exportações. O quesito infraestrutura ainda gera incertezas: “Não temos perspectivas, o governo sinaliza uma agenda positiva, mas estamos acompanhando e vamos esperar para que haja um avanço e coloquem as coisas em marcha com as concessões”.

Já para o segmento semipesado, Fedalto afirma que a retomada mais consolidada dependerá da área industrial. “Como os emplacamentos demoram cerca de 45 dias para se concretizarem após a venda efetiva, o mercado deve ver os primeiros números mais positivos a partir de fevereiro ou março.”

Para ônibus, o presidente da divisão Volvo Bus na América Latina, Fabiano Todeschini, estima que dependerá muito mais da atuação das novas prefeituras que acabaram de tomar posse. “Acreditamos em um volume de 700 unidades para a Volvo neste ano, e para o mercado total de ônibus no Brasil, um crescimento de 10% a 15%”, projeta. “Se algumas cidades confirmarem a renovação da frota, este número pode subir para 1 mil [unidades]”. Ele conclui prevendo que para a região, o segmento de chassis deve alcançar volume entre 1,5 mil a 2 mil chassis.

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