Vendas devem ficar em 2 milhões de veículos em 2016

Vendas devem ficar em 2 milhões de veículos em 2016

Com resultados fracos até maio, Anfavea revisa as projeções para a indústria

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24061/vendas-devem-ficar-em-2-milhoes-de-veiculos-em-2016

GIOVANNA RIATO, AB

Antonio Megale, presidente da Anfavea (foto: Mário Curcio)
Demorou, mas a Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, não escapou de revisar as projeções para 2016. A entidade reduziu a expectativa de vendas para 2,08 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O palpite anterior era de que o mercado interno alcançaria 2,44 milhões de unidades. “Aguardamos o cenário ficar mais estável para rever as expectativas, com mais previsibilidade política e econômica”, destaca Antonio Megale, presidente da Anfavea desde abril.

-Veja aqui os dados da Anfavea

O executivo acredita que a mudança de governo por si só já deve trazer melhora na confiança do consumidor. “Precisamos agora buscar estabilidade, com regras claras que garantam visão de pelo menos um ano. Assim as empresas podem programar seus investimentos”, diz, destacando a necessidade de detalhar mudanças nas condições de crédito e na legislação para a indústria.

A Anfavea se prepara para apresentar os números e a situação do setor automotivo para o governo interino. “Teremos reuniões nas próximas semanas para mostrar o cenário de forma aprofundada”, conta. Entrará na pauta da conversa a continuidade do Inovar-Auto, que termina em 2017. O presidente da Anfavea diz que a entidade prioriza três pilares no programa: incentivo à pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, metas de eficiência energética e reforço à cadeia produtiva. “Com a crise, os fornecedores ficaram ainda mais fragilizados”, avalia.

JANEIRO A MAIO TEM PIOR RESULTADO EM 10 ANOS

O patamar de vendas precisará melhorar nos próximos meses para que a expectativa da associação se cumpra. Nos primeiros cinco meses de 2016 a entidade aponta que a média diária de vendas variou entre 7 e 8 mil emplacamentos/dia. A previsão é de que este número suba para 8,5 mil veículos/dia até o fim do ano.

De janeiro a maio foram vendidos no Brasil 811,7 mil veículos, com retração de 26,6% na comparação com o mesmo intervalo de 2015. O volume é o pior para o período desde 2006. O mercado de leves caiu 26,4%. Já a demanda por veículos comerciais encolheu mais, com baixa de 31,2% nas vendas de caminhões e de 42,8% nos negócios de ônibus, para 21,3 mil e 4,7 mil unidades, respectivamente.

Apesar da redução, a queda vem diminuindo, com sutil melhora no patamar do mercado na comparação com os meses anteriores. Os dados isolados de maio mostram que foram negociados 167,4 mil veículos no mês, resultado 2,8% melhor do que o de abril, mas 21,3% abaixo do registrado há um ano.

NOVAS PROJEÇÕES PARA PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES

As perspectivas para produção e exportação de veículos também foram revistas pela Anfavea. No início do ano a entidade anunciou que esperava crescimento de 0,5% na fabricação de leves e pesados, para 2,44 milhões de unidades. A projeção agora é de que a produção chegue a apenas 2,29 milhões de unidades, com queda de 5,5% sobre 2015.

A redução só não é maior porque a associação acredita que as exportações puxarão as vendas. Os negócios internacionais devem chegar a 507 mil veículos, com aumento de 21,5% sobre o resultado de 2015.

Produção de veículos cai ao nível de 2004 até maio

Produção de veículos cai ao nível de 2004 até maio

Com resultado, Anfavea reverte previsão e agora espera queda de 5,5% este ano

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24065/producao-de-veiculos-cai-ao-nivel-de-2004-ate-maio

SUELI REIS, AB

A produção de veículos segue em níveis alarmantes: de janeiro a maio, a indústria brasileira entregou pouco mais de 834 mil unidades, entre leves e pesados, volume que fez com que o setor registrasse o pior nível desde 2004, de acordo com balanço da Anfavea divulgado na segunda-feira, 6. O resultado, segundo a entidade das montadoras, também representa queda de 24,3% sobre o apurado em igual acumulado de 2015, quando as linhas montaram um total de 1,10 milhão de unidades.

-Veja aqui os dados da Anfavea

“Embora a produção tenha crescido 3,2% na passagem de abril para maio [213,8 mil unidades], temos algumas preocupações: além da queda no acumulado, também houve retração de 18% na comparação com maio do ano passado. Caminhões e ônibus estão com níveis da década de 1990 e este é um fator de preocupação”, afirma Antonio Megale, presidente da Anfavea durante coletiva de apresentação dos resultados do setor realizada em São Paulo.

“A produção não está sendo compensada pelas exportações”, acrescenta Luiz Carlos Gomes de Moraes, vice-presidente da Anfavea que responde pelo segmento de veículos comerciais pesados: “Caminhão depende de PIB e não vemos agora nenhum fator que estimule uma retomada”, completou.

Com este resultado, a Anfavea revisou as projeções para 2016 revertendo a previsão positiva para negativa. Agora a entidade espera que a produção nacional de veículos chegue a 2,29 milhões de unidades, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus: se for confirmado, o volume será 5,5% menor que o total de 2015, quando a indústria produziu 2,42 milhões de unidades. Na primeira previsão para o ano apresentada ainda em janeiro, as montadoras previam um leve aumento de 0,5% na produção, para 2,44 milhões de unidades.

“Esta será a consequência dos movimentos de exportação e vendas ao mercado interno. Ainda há espaço nas exportações, como mostram as projeções [estimativa de crescimento] e com uma possível retomada do mercado interno mais para o fim do ano”, estima Megale.

Do total previsto para ser produzido este ano, a Anfavea afirma que o segmento leve terá queda de 5,7%, para 2,2 milhões de unidades, enquanto pesados terá leve retração de 1%, para 94,6 mil, entre caminhões e ônibus.

DESEMPENHO POR SEGMENTO

Os veículos leves registraram produção 24% menor no acumulado de cinco meses contra igual período do ano passado, para 800,9 mil unidades. Comerciais leves tiveram o pior resultado, com queda de 30,4% com 110,8 mil, enquanto automóveis, com 690 mil unidades, apresentaram retração de 22,8%. Segundo a Anfavea, a capacidade ociosa no segmento está acima de 50%.

Apesar disso, o segmento de pesados continua a exercer a maior influência negativa no setor automotivo: as montadoras reduziram a produção de caminhão e ônibus em 31,5% no acumulado entre janeiro e maio contra mesmo período de 2015 ao entregarem 33,1 mil unidades contra as 48,4 mil de um ano antes. Com 25,7 mil caminhões, houve retração de 29,2%, enquanto os ônibus, com 7,4 mil unidades, registraram queda de 38,5%. A ociosidade do segmento continua acima de 70%.

ESTOQUES E EMPREGOS

Em maio, a indústria registrou 236,4 mil veículos em estoque, dos quais 162,4 mil nos concessionários e 74 mil nos pátios das fabricantes. Segundo a Anfavea, considerando o ritmo de vendas do mês passado, o estoque é equivalente a 42 dias. “Apesar da redução sobre abril [250 mil veículos] ainda é um estoque elevado. Deve haver ainda algum esforço das empresas para a redução deste estoque”, disse Megale.

O executivo se refere às medidas que as montadoras estão adotando desde o ano passado para conter a produção e manter o nível de empregos, como o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), layoff, férias coletivas e licenças remuneradas. Apesar disso, a indústria automotiva fechou 1,3 mil vagas em maio, reduzindo o total de empregados em 1,1% contra abril, para 128 mil. Com relação ao ano passado, houve queda de 7,4%.

Segundo a entidade, atualmente 27 mil pessoas estão afastadas de seus empregos, sendo 21 mil pelo PPE e 6 mil em layoff.

“O nível de produção é de 2004, mas o de emprego é de 2010, então há uma defasagem. Há um claro esforço por parte das empresas pela manutenção dos postos de trabalho a fim de ter mão de obra qualificada quando tivermos a retomada do mercado”, declarou Megale. “De forma pontual, três associadas anunciaram que vão contratar para atender contratos de exportação”, lembrou.

Megale declarou ainda que a Anfavea está iniciando conversas com o governo no sentido de tornar o PPE um programa perene. De acordo com a Lei nº 13.189, de novembro de 2015, o PPE se extingue em 31 de dezembro de 2017.

NOVAS PROJEÇÕES PARA PRODUÇÃO E EXPORTAÇÕES

Exportações devem superar as expectativas

Exportações devem superar as expectativas

Anfavea considera que previsão de alta de 8% para o ano é conservadora

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23553/exportacoes-devem-superar-as-expectativas

SUELI REIS, AB

Com o crescimento de 26,8% das exportações de veículos no primeiro bimestre na comparação com mesmo período do ano passado, para 60,3 mil unidades, a Anfavea acredita que a atividade deve superar as expectativas para o ano: “Nossa previsão de aumento de 8% das exportações em 2016 é extremamente conservadora. Esperamos um crescimento maior que o projetado no início deste ano”, afirma Luiz Moan, presidente da entidade que reúne as montadoras, durante a apresentação dos dados de desempenho do setor à imprensa na sexta-feira, 4, em São Paulo.

- Veja aqui os dados da Anfavea

A maior contribuição para o resultado foi do segmento de leves, cujas vendas ao exterior aumentaram 28,7% no período, para pouco mais de 56,9 mil unidades, entre automóveis e comerciais leves. Os embarques de chassis de ônibus também subiram 15,7% nos dois primeiros meses do ano, passando de 733 para 848 unidades. O resultado geral das exportações só não foi melhor porque o volume de caminhões destinados a outros mercados caiu 3,1% neste começo de ano, para pouco mais de 2,5 mil unidades.

Segundo Moan, os embarques de veículos leves subiram 30% para a Argentina no primeiro bimestre, 142% para o México e 145% para a Colômbia e embora tenha registrado volume menor neste ano, as exportações de caminhões subiram 30% para o México e 40% para o Chile.

“Estamos trabalhando junto ao governo no esforço para alavancar as exportações ao máximo”, declara o executivo. Ele informa que com o fim das sanções internacionais impostas ao Irã, o Brasil estreitará acordos com aquele mercado: “As tratativas do ministro do MDIC com o Irã podem gerar novos negócios”, disse. Ele cita que o ministro Armando Monteiro anunciou ao setor que o Brasil poderá participar de uma concorrência para fornecer até 140 mil automóveis, 65 mil caminhões e 17 mil ônibus a longo prazo. Ele disse ainda que 10 empresas associadas à Anfavea já sinalizaram o interesse em fornecer seus produtos ao Irã.

Sobre a Argentina, Moan se diz “tão otimista quanto o ministro [do MDIC]”, uma vez que a Anfavea vai perseguir um acordo a longo prazo com o país vizinho com o objetivo de alcançar o livre comércio para o setor.

“Se for necessário um período de transição, nós o faremos. O importante é que ao final tenhamos atingido o livre mercado”, enfatiza.

Por outro lado, as exportações em valores continuam em declínio, mas com índice menor de queda: no primeiro bimestre os embarques renderam US$ 1,39 bilhão às montadoras, resultado 7,5% abaixo do verificado há um ano. “Há um mês, essa queda foi de 18%. A tendência é que durante o decorrer do ano vamos zerar essa queda e quem sabe buscar uma variação positiva”, disse Moan. Ele explica que este resultado se deve ao mix – menos embarques de produtos com maior valor agregado.

Após forte queda, Anfavea sustenta projeção para 2016

Após forte queda, Anfavea sustenta projeção para 2016

Entidade já previa contração nas vendas de veículos no início do ano

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23551/apos-forte-queda-anfavea-sustenta-projecao-para-2016

GIOVANNA RIATO, AB

O baque nas vendas de veículos no primeiro bimestre de 2016 fez o mercado brasileiro encolher para 302 mil unidades, com redução de 31,3% na comparação com o resultado de janeiro e fevereiro de 2015. Apesar da baixa, a Anfavea, associação que representa as montadoras, sustenta a sua projeção para 2016. “Sabíamos que a queda relativa dos primeiros meses do ano seria grande. Traçamos nossa expectativa com base na perspectiva de queda do PIB”, aponta Luiz Moan, presidente da entidade.

-Veja aqui os dados da Anfavea

A perspectiva da entidade é de que as vendas encolham 7,5% este ano na comparação com 2015, para 2,37 milhões de unidades entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Apesar do número negativo, o panorama parece otimista se considerados os resultados do início do ano. Alguns executivos de marcas que atuam no Brasil já apontaram que o total de emplacamentos no mercado interno pode cair para menos de 2 milhões de unidades em 2016.

A projeção da Anfavea foi traçada com base na média diária do terceiro trimestre do ano passado, descontada a expectativa de redução do PIB para 2016 da ordem de 3%. “Erramos o resultado de fevereiro por 2 mil unidades”, diz, na tentativa de provar que a bola de cristal da entidade não está descalibrada. Segundo ele, nas expectativas da Anfavea o mercado interno teria chegado a 148 mil unidades no mês passado. O resultado real foi 148,8 mil emplacamentos, com redução de 5,5% na comparação com janeiro e de 21% sobre fevereiro de 2015.

Moan reconhece, no entanto, que existe um fator capaz de deteriorar ainda mais o ambiente de negócios. “Só temos a perder com a contaminação da política na economia. Isso traz um pessimismo e é um indutor da depressão econômica”, aponta. Segundo ele, caso a crise no governo e as ideologias políticas continuem a gerar conflito no País, a economia e os negócios tendem a piorar.

PIOR 1º BIMESTRE DESDE 2007

O resultado registrado faz de janeiro a fevereiro o pior primeiro bimestre desde 2007, quando foram emplacados 299,7 mil veículos no Brasil. Ainda assim, Moan destaca que houve melhora da média diária de vendas da ordem de 5% em fevereiro na comparação com o mês anterior, o que indicaria tendência de melhora.

O segmento que mais contribuiu para a forte contração das vendas nos primeiros dois meses do ano foi o de pesados. O emplacamento de caminhões encolheu 35,5% sobre o já fraco patamar do início do ano passado, para apenas 4,4 mil unidades entre janeiro e fevereiro. Já a venda de ônibus somou 1,7 mil chassis, com queda de 49,1%.

A demanda por veículos leves teve retração um pouco menor, de 31%, para 292 mil unidades, com queda de 28,9% na demanda por automóveis e de 42,5% na de comerciais leves.

Produção de caminhões cai 50,5% em janeiro

Produção de caminhões cai 50,5% em janeiro

Setor montou apenas 4,1 mil unidades por causa da baixa demanda

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23393/producao-de-caminhoes-cai-505-em-janeiro

MÁRIO CURCIO, AB

Como reflexo de estoques elevados e fraca demanda, a produção de caminhões em janeiro foi de apenas 4,1 mil unidades, resultando em queda de 50,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os modelos com maior retração, de 59,7%, foram os semipesados.

Em unidades chama a atenção o baixo volume de semileves fabricado no mês, 90 unidades, com queda de 33,8%. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

- Veja aqui os números da Anfavea

O recuo nos emplacamentos foi menor, 42,4%, decorrente de 4,4 mil unidades. “Como ocorre demora no emplacamento dos caminhões que precisam receber implemento, os resultados fracos de janeiro refletem o que ocorreu em outubro, quando houve a interrupção do Finame PSI”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini.

A menor queda em emplacamentos (-26,3) foi para os pesados. Segundo Saltini, isso ocorreu provavelmente porque o segmento (formado pelos cavalos mecânicos) não depende do implemento para ser emplacado.

Diante da dificuldade de elaborar um retrato preciso dos caminhões com os números de um único mês, Saltini diz: “Teremos uma visão mais clara em março, já que fevereiro tem menos dias úteis.”

EXPORTAÇÕES

Neste primeiro mês de 2016 o Brasil enviou 842 caminhões ao mercado externo. Apesar do esforço do País para exportar, o volume foi 28% menor que o anotado em janeiro do ano passado. Os maiores volumes foram de semipesados e pesados, com 254 e 290 unidades, respectivamente.

ÔNIBUS ACOMPANHAM RETRAÇÃO

A produção de ônibus em fevereiro somou pouco menos de 1,2 mil unidades, resultando em queda de 48,9% ante o mesmo mês de 2015. Em licenciamentos, as 1.033 levaram a recuo de 44,9%: “Teoricamente, teríamos para os ônibus um primeiro semestre com crescimento por causa das eleições. A queda indica que o poder público está ‘meio quebrado’, muitas licitações não ocorreram. E o setor privado estaria investindo menos, até pela insegurança por possíveis depredações decorrentes de reajustes de tarifa”, diz Saltini.

As exportações de ônibus em janeiro totalizaram 322 unidades, com alta de 13% sobre o mesmo mês do ano passado. O maior volume enviado foi de modelos urbanos, com 202 unidades e acréscimo de 32,9%.

Anfavea projeta vendas de veículos 7,5% menores em 2016

Anfavea projeta vendas de veículos 7,5% menores em 2016

Montadoras esperam por 2,37 milhões de unidades entre leves e pesados

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23245/anfavea-projeta-vendas-de-veiculos-75-menores-em-2016

s vendas de veículos devem encolher ainda mais em 2016, mas em ritmo menor que o de 2015, cuja queda chegou a 26,6% sobre o ano anterior, para pouco mais de 2,56 milhões de unidades. Para este ano, a Anfavea espera retração de 7,5% no volume de licenciamentos para algo em torno de 2,37 milhões de veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. A projeção é mais pessimista que a do setor de distribuição, representado pela Fenabrave e que prevê queda de 5,8% (leia aqui).

-Veja aqui os dados da Anfavea

Segundo Luiz Moan, presidente da associação que reúne as montadoras, as previsões foram baseadas entre outros aspectos no cenário econômico estimado pelo Boletim Focus divulgado em 31 de dezembro e cuja projeção aponta para queda de 2,95% do PIB para o ano em curso. O executivo esclarece que as empresas esperam manter ao longo de 2016 a média diária de vendas registradas no terceiro trimestre, de 9,42 mil unidades, embora tenham apurado aumento da média no último trimestre de 2015, para 9,93 mil unidades.

“Procuramos não considerar o crescimento da média diária do quarto trimestre porque há estimativa de queda para o PIB”, explica. Ele acrescenta que no primeiro trimestre deste ano os emplacamentos deverão apresentar queda relativa ainda maior do que o índice de 7,5% previsto para o ano. Isso porque no primeiro trimestre do ano passado a média diária era superior a 11 mil unidades por dia útil e de 10 mil unidades no segundo trimestre.

“Não vamos nos assustar com a queda das vendas no primeiro trimestre de 2016, porque ela será mais inchada que os 7,5%”, estima Moan.

Em sua avaliação sobre 2015, Moan lamenta a fraqueza do cenário macroeconômico: “Uma crise que não teve precedentes em termos de junção com as questões políticas que influenciaram em demasia a confiança tanto do investidor quanto do consumidor”, afirma. “Em termos de volumes de vendas, 2015 se equipara a 2007: é um recuo de 8 anos da indústria”, acrescenta.

CARRO CHEFE DA CRISE

Como foi em 2015 os veículos comerciais pesados continuarão a exercer a maior influência negativa sobre o resultado geral do setor em 2016. Na projeção da Anfavea, as vendas do segmento ficarão 13,9% abaixo do já decadente volume de 2015, de 88,4 mil unidades, que representou queda expressiva de 46,2% sobre o ano anterior. Enquanto isso, os licenciamentos de leves devem cair em menor proporção, de 7,3%, passando de 2,48 milhões de unidades em 2015 para 2,30 milhões em 2016.

Já sobre os importados, a Anfavea espera que a participação destes modelos nas vendas totais deva cair para 15% em 2016, um ponto porcentual abaixo do índice de 2015.

TRIBUTOS

Embora não acredite em uma nova onda de desonerações por parte do governo dada a situação econômica, Moan reforça que tempos de IPI menor foi o de maior arrecadação tributária oriundas do setor: “Na última redução do IPI dada em maio de 2013 e que perdurou até dezembro de 2014, o setor vendeu 1,5 milhão de veículos a mais o que representou R$ 8,1 bilhões adicionais em tributos para as esferas federal, estadual e municipal”, informou acrescentando que “toda a isenção de imposto foi repassada sendo que o maior beneficiado foi o consumidor”.

De acordo com Moan, os veículos brasileiros têm a maior carga tributária do mundo, cerca de 30% do valor total do bem, sem considerar IPVA e outros custos em impostos que não podem ser repassados. “Nos Estados Unidos, o imposto médio equivale a 8% e na Europa, a 16%. O que pedimos não é uma política de desoneração, mas ajustes de carga tributária”, enfatiza.

Por outro lado, o executivo admite que os preços dos carros subiram 5,1% em 2015 (considerando dados até novembro) contra 2014, enquanto o IPCA, índice que mede a inflação no País, foi de 9,7% no mesmo período. Os dados são baseados em preços reais praticados pelo mercado pesquisados pelo IBGE e não consideram tabelas (preços sugeridos). “O preço de tabela pode ter subido mais o que não significa que é o praticado pelo mercado”, argumenta Moan.

Anfavea vislumbra estabilidade em 2016

Manter nível atual da média diária de 9,7 mil unidades vira meta das fabricantes

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23153/anfavea-vislumbra-estabilidade-em-2016

SUELI REIS, AB

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, reforça a expectativa de manter os mesmos níveis de vendas diárias deste ano em 2016
A Anfavea só divulgará as projeções de mercado referentes a 2016 no próximo 7 de janeiro, mas adianta parte do que espera para o desempenho das vendas de veículos no novo ciclo que se aproxima. Segundo Luiz Moan, presidente da entidade, o volume dos negócios deve se manter estável, pelo menos quando se considera o índice da média diária das vendas entre os trimestres.

Segundo o executivo, apesar da queda no volume de vendas até novembro, o desempenho ficou dentro da expectativa da entidade: “Esperamos no quarto trimestre alcançar a estabilidade da média diária na comparação com o resultado do terceiro trimestre, quando a média foi de 9,76 mil unidades”, afirma Moan durante a apresentação dos resultados do setor na sexta-feira, 4, em São Paulo.

- Veja aqui os dados da Anfavea.

Ele afirma que tal estabilidade é esperada também para o próximo ano, embora admita que haverá retração das vendas em termos de volumes. “Provavelmente em números absolutos não será um ano fácil. A expectativa é de conseguir sustentar o mesmo índice da média diária do quarto trimestre deste ano nos três primeiros trimestres de 2016. E vamos trabalhar para que no quarto trimestre já possa ter crescimento sustentável de acordo com a economia brasileira”, disse.

A tendência de queda das vendas vem diminuindo ao se comparar os desempenhos dos trimestres: no primeiro deste ano, a retração foi de 28,8% sobre os últimos três meses de 2014. Já no segundo trimestre de 2015 os emplacamentos diminuíram 8,4% com relação ao primeiro e no terceiro as vendas foram 9,1% menores que as do segundo. “Estancamos mantendo o grau de estabilidade”, complementou.

De acordo com os dados da entidade, as vendas de novembro totalizaram 195,2 mil unidades entre leves e pesados, ficando 33,8% abaixo do volume registrado em igual mês do ano passado, quando foram licenciados 294,7 mil veículos. O resultado representou o pior novembro desde 2008 e consolidou média diária de 9,67 mil unidades nos 20 dias úteis do mês – ou 19, se considerar o feriado da Consciência Negra adotado em diversos municípios. Na comparação com outubro, houve pequeno crescimento de 1,6%.

“Essa estabilidade já está acontecendo: repetimos em novembro a média diária de outubro”, acrescentou Moan.

No acumulado entre janeiro e novembro, o resultado foi 25,2% menor que o apurado em igual intervalo de 2014, para o total de 2,34 milhões de unidades, o menor volume para o acumulado desde 2007, quando o mercado doméstico absorveu 2,22 milhões de veículos novos, entre automóveis, caminhões e ônibus.

Com isso, a Anfavea manteve as projeções para o ano, que ao longo do período foram revisadas duas vezes. Na última divulgada em outubro (leia aqui) as fabricantes estimam encerrar 2015 com retração de 27,4% nos licenciamentos sobre o ano passado, para 2,54 milhões de unidades. “Infelizmente vamos atingir [a projeção] e é infelizmente porque a maior parte é de números ruins”, lamenta o presidente da associação.

CONJUNTURA

O presidente da Anfavea declarou que a entidade se uniu a outras 30 associações setoriais da economia para pedir ao governo que saiba separar as questões políticas das econômicas a fim de ajudar o País a encontrar o rumo.

Sobre o processo de impeachment instaurado contra a presidenta da República, Moan disse que “quanto mais rápido melhor e se possível com a separação da política e da economia”, reforçou. “A economia não suporta mais não ter a adoção de medidas que visam a retomada. Precisamos pensar no País”, finalizou.