Nissan amplia exportações de Resende

Nissan amplia exportações de Resende

Fábrica brasileira começa a embarcar carros para mais países sul-americanos

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24210/nissan-amplia-exportacoes-de-resende

REDAÇÃO AB

Funcionários da fábrica da Nissan em Resende comemoram ampliação das exportações
A Nissan está ampliando as exportações da fábrica de Resende (RJ) para países da América do Sul. A unidade iniciou suas vendas externas em março deste ano para o Paraguai e agora, na segunda fase do programa entre julho e agosto, começou a embarcar os March e Versa feitos na planta brasileira para Bolívia, Chile, Peru e Uruguai. Um pouco mais adiante será a vez de a Argentina receber os carros da marca japonesa produzidos no Brasil, segundo informa a companhia.

As exportações da Nissan no Brasil ocorrem dois anos após a inauguração do Complexo Industrial de Resende, no Sul do Estado do Rio de Janeiro. As versões exportadas do March e Versa são com motor a gasolina 1.6, com opções de câmbios manual e automático CVT. O SUV Kicks, que em breve começa a ser produzido em Resende, também será vendido a outros mercados sul-americanos.

“A ambição da Nissan de ser a marca japonesa número 1 está vinculada ao fortalecimento e expansão da nossa base de manufatura. A combinação da produção de carros e crossovers na planta de Resende e a futura produção de picapes na Argentina em 2018 vão gerar sinergias que vão beneficiar consumidores no Brasil e na região”, afirma em nota François Dossa, presidente da Nissan do Brasil.

O programa de exportação da Nissan do Brasil foi criado em 2015 com objetivo de atender os mercados da América Latina, cuja demanda tem crescido ao longo dos meses, segundo a montadora. É uma forma de aproveitar melhor a capacidade do Complexo Industrial de Resende, inaugurado em abril de 2014, que pode produzir até 200 mil veículos e 200 mil motores por ano. Atualmente são fabricados na unidade o hatch compacto March e o sedã pequeno Versa, com motorizações 1.6 quatro-cilindros e 1.0 três-cilindros, e, em breve, entra na linha de produção o crossover global Kicks.

Montadoras reduzem volume de compras

Montadoras reduzem volume de compras

Total deve cair 4,4% neste ano; dólar alto deve impulsionar nacionalização

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23685/montadoras-reduzem-volume-de-compras

ALEXANDRE AKASHI, PARA AB

A partir da esq.: Custódio (Roland Berger), Berbetz (Mercedes-Benz), Roxana (Ford), Picolo (VW) e Vischi (PSA). Foto: Ruy Hizatugu

Pelo segundo ano consecutivo, as montadoras comprarão menos. Segundo levantamento feito por Automotive Business, a estimativa de compras produtivas em 2016 é de R$ 76 bilhões, ante os R$ 79,5 bilhões computados em 2015, que por sua vez foi 16,3% menor do que o ano anterior, quando o volume somou R$ 90 bilhões. Os números foram apresentados durante o VII Fórum da Indústria Automobilística realizado na segunda-feira, 28, no Golden Hall do WTC, no painel que debateu a Evolução nas Compras das Montadoras.

Participaram os executivos Antonio Carlos Vischi, diretor de compras América Latina da PSA Peugeot Citroën, Edvaldo Picolo, gerente executivo de compras da Volkswagen do Brasil, Erodes Berbetz, diretor de compras da Mercedes-Benz do Brasil, Roxana Molina, diretora de compras da Ford América do Sul, e Rodrigo Custódio, diretor da consultoria Roland Berger.

A redução no volume financeiro nas compras das montadoras é uma certeza, uma vez que o mercado opera em recessão e constantes quedas nas vendas de veículos zero-quilômetro e o índice de 4,4% levantado por Automotive Business está coerente, de acordo com informações dos executivos de compras participantes do painel de debate. Vischi, da PSA, informou que deve gastar € 700 milhões este ano. Porém, mais importante do que isso, a montadora mira aumento na localização de componentes. “Hoje temos 65% de conteúdo local, mas para 2018 queremos 85%”, afirmou. Já Picolo, da Volkswagen, informou que o volume de compras deste ano deve ser entre R$ 9,5 bilhões a R$ 10 bilhões.

AJUDA

Menor volume de compras significa redução de atividade nos fornecedores. Pesquisa interativa realizada durante o painel de debate revelou que a maioria dos fornecedores da cadeia de suprimentos passa por dificuldades (40,7% em situação crítica e 52,7% em dificuldades, mas administrável). Assim, é fundamental oferecer suporte.

Por conta disso, já é comum entre as montadoras oferecer programas de capacitação aos fornecedores tiers 2 e 3. Na PSA, Vischi explica que há possibilidade de antecipações de pagamentos, “sobretudo na forma de experiência para ajudar a conseguir trabalhar melhor as questões financeira, produtiva e logística”, comenta.

Na Ford, Roxana informa que também são desenvolvidos programas com os fornecedores: “Buscamos com eles formas de aumentar a produtividade e trabalhamos também com instituições financeiras para ajudar em questões de crédito”, diz.

Apesar de todas as montadoras representadas no painel contarem com programas similares de ajuda aos fornecedores, quase 70% do público responderam em pesquisa interativa durante o debate que desconhece qualquer tipo de ação. “Programas existem, mas os problemas vão muito além de melhorias que as montadoras podem oferecer”, afirmou Custódio, da Roland Berger, ao comentar que os fornecedores precisam de volume e reajuste. “A cadeia não está competitiva nem flexível porque ninguém imaginou queda deste tamanho”, disse.

LOCALIZAÇÃO

O desenvolvimento de fornecedores locais também é um desafio para os compradores das montadoras, que são categóricos em afirmar que o câmbio é mandatório na decisão entre importar ou buscar localmente. E nem mesmo o programa Inovar-Auto foi muito útil nessa tomada de decisão, com exceção da Mercedes-Benz Caminhões. “O Inovar-Auto auxiliou a trazer tecnologias que estavam difíceis de incorporar aqui, mas hoje quem manda é o câmbio”, afirma Berbetz.

O público também opinou sobre a importância do Inovar-Auto na decisão de compra de componentes nacionais. Para 45,2%, o programa não fez aumentar o volume de compras; já para 35,7%, reduziu, enquanto apenas 20,1% acreditam que o volume aumentou. No ano passado, o resultado negativo (redução de volume de compras) para a mesma pergunta foi de apenas 19%. Naquela época, o dólar ainda não havia disparado.

“A estratégia de aumento do volume local fazia sentido quando a expectativa era de 5 milhões veículos produzidos, com 2 milhões, não”, comentou Custódio, da Roland Berger. Para ele, isso reduziu a capacidade de o fornecedor ser competitivo e uma das saídas é a exportação.

DECISÃO DE COMPRA

Fornecer para montadoras é tarefa árdua, assim como decidir de quem comprar. Questionados sobre quais fatores são decisivos na determinação da escolha do fornecedor, os executivos foram unânimes na questão da qualidade, saúde financeira, preço e capacidade de inovação.

Globalização pode tirar setor da crise

Globalização pode tirar setor da crise

Para a consultora Letícia Costa, indústria deve focar mercado mundial

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23687/globalizacao-pode-tirar-setor-da-crise

ALEXANDRE AKASHI, PARA AB

Letícia Costa é sócia-diretora da Prada Assessoria (foto: Ruy Hizatugu)
A recessão não vai durar para sempre, mas ainda é difícil pensar em ações pós-crise no meio do turbilhão. Contudo, muito mais do que imaginar navegar em céu de brigadeiro é preciso enxergar o mercado automotivo como um todo e as oportunidades que ele oferece – agora e no futuro – em um momento de profunda transformação da industria.

Esta foi a principal mensagem da consultora Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, em sua palestra A Crise, as Oportunidades e a Reinvenção dos Negócios, durante o VII Fórum da Indústria Automobilística, realizado por Automotive Business no WTC, em São Paulo, na segunda-feira, 28.

Na visão de Letícia Costa a crise abre oportunidade para uma mudança de mentalidade dos executivos do setor automotivo brasileiro, que devem pensar globalmente para a indústria nacional, para ganhar escala e buscar competitividade internacional. Segundo a consultora, já faz tempo que as empresas fazem a lição de casa: buscam exportar mais, buscam incrementar volumes no mercado doméstico, trabalham o aftermarket, avaliam a cadeia de suprimentos e os fornecedores, fazem proteção de caixa e ajustes de capacidade. “Mas isso não é o suficiente quando pensamos a longo prazo”, afirmou. “A indústria não tem apresentado ganhos sustentáveis nem mesmo quando não há crise”, completou.

LENTIDÃO

Na avaliação da consultora, a recuperação da crise será lenta. Ela prevê retomada do patamar de produção de 2014 somente depois de 2020. “Neste cenário, haverá muita dificuldade para justificar investimentos”, alerta. Por isso, recomenda buscar investir em setores em que a indústria brasileira demonstra maior competência. “Não precisamos ser bons em tudo, mas ser competitivos para quando a crise passar, em 2021, a indústria esteja inserida no contexto global”, argumentou.

Para Letícia, se a indústria nacional não começar a se mexer agora, corre o risco de ficar parada no tempo, enquanto o mundo desenvolve veículos conectados, autônomos, movidos a eletricidade, sob o conceito de mobilidade compartilhada. “Mesmo que o País não tenha infraestrutura para absorver tudo isso, temos de mirar a exportação, dentro de um contexto globalizado, com produtos de qualidade e competitivos”, afirmou.

Para ela, dessa forma o setor se protege da instabilidade e volatilidade do mercado nacional, uma vez que estará inserido em um universo mais amplo e consistente.

Schiemer prevê ano ‘péssimo’ para pesados

Schiemer prevê ano ‘péssimo’ para pesados

Presidente da Mercedes culpa governo por ‘criar situação insustentável’

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23595/schiemer-preve-ano-pessimo-para-pesados

MÁRIO CURCIO, AB | De Campinas (SP)

Schiemer recebeu imprensa na concessionária Araguaia
Durante visita a um concessionário de caminhões e vans em Campinas (SP, veja aqui), o presidente da Mercedes-Benz Brasil, Phillipp Schiemer, admitiu a possibilidade de um desempenho ainda mais fraco para o segmento de caminhões em 2016: “Vai ser um ano péssimo”, disse o executivo, preocupado com a retração de 36,8% nas vendas de caminhões neste primeiro bimestre ante os mesmos dois meses do ano passado, uma base já ruim.

Schiemer culpa o governo por ter “criado uma situação insustentável para a indústria”. Ao comentar uma possível retomada na venda de caminhões pesados, segmento que menos caiu no primeiro bimestre, o executivo recorda: “O agronegócio está indo bem e o País continua tendo um potencial muito grande. Poderia voltar a ter um ambiente político estável, mas infelizmente isso não deve ocorrer este ano”, diz Schiemer.

Ele preferiu não cravar um número para 2016 como 55 mil ou 60 mil unidades emplacadas: “É cedo para isso. A situação é muito dinâmica. É só lembrar que em poucos dias a cotação do dólar teve uma grande variação (baixando da casa dos R$ 4,40 para R$ 3,60).” Schiemer recorda que tudo isso tem feito a matriz acompanhar com apreensão a situação do Brasil. “Fizemos grandes investimentos aqui recentemente, é natural que isso ocorra.”

Confiança da indústria cai 1,5 ponto em fevereiro

Confiança da indústria cai 1,5 ponto em fevereiro

Resultado vai a 74,7 pontos, o pior índice desde setembro de 2015, aponta FGV

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23515/confianca-da-industria-cai-15-ponto-em-fevereiro

REDAÇÃO AB

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV) recuou 1,5 ponto em fevereiro, ao passar de 76,2 para 74,7 pontos, o menor nível desde setembro de 2015, segundo dados divulgados na segunda-feira, 29. A queda ocorreu em 10 dos 19 principais segmentos da pesquisa e foi determinada principalmente pela redução de 2,8 pontos do Índice de Expectativas (IE), para 72,6 pontos, o menor da série histórica. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,5 ponto, ficando em 77,1 pontos.

Segundo o superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/Ibre, Aloisio Campelo Jr., o resultado reforça a suspeita de que a alta da confiança industrial nos últimos meses poderia não se sustentar ao longo do primeiro semestre.

“A queda do ICI devolve mais da metade da alta acumulada entre o mínimo histórico, ocorrido em agosto, e o mês passado. Além de sinalizações de que a demanda interna continua enfraquecendo, a pesquisa mostra uma piora expressiva das expectativas em relação aos próximos meses”, disse.

O indicador de ímpeto de contratações nos três meses seguintes, que recuou 5,2 pontos entre janeiro e fevereiro indo para 73,6 pontos, sinalizou que o quadro de funcionários na indústria continuará sendo ajustado nos próximos meses.

Segundo o levantamento, a maior contribuição para a redução do ISA em fevereiro foi a queda de 2,3 pontos para 74,8 pontos do indicador que mede o grau de satisfação com o nível de demanda atual. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,5 ponto porcentual em fevereiro, atingindo 73,6%, o menor nível da série histórica iniciada em 2001.