Audi quer investir pesado em veículos elétricos

Audi quer investir pesado em veículos elétricos

Companhia deseja limpar imagem após dieselgate e acirrar disputa com Tesla

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24291/audi-quer-investir-pesado-em-veiculos-eletricos

REDAÇÃO AB

Conceito E-tron Quattro pode ganhar versão de produção
A Audi planeja ofensiva no segmento de carros elétricos. A intenção é fazer com que a tecnologia responda por um quarto de suas vendas a partir de 2025. A informação é da agência Automotive News Europe, que consultou pessoas ligadas ao assunto. Calculado sobre o volume de vendas da companhia em 2015, de 1,8 milhão de automóveis, que deve crescer nos próximos anos, seriam 450 mil unidades elétricas.

A investida pretende melhorar a imagem da marca depois do envolvimento no dieselgate, a fraude nas emissões de 11 milhões de veículos do Grupo Volkswagen vendidos globalmente. Um terço do total aplicado pela companhia na área de pesquisa e desenvolvimento deve ser destinado a carros elétricos, serviços digitais e direção autônoma.

Entre as montadoras alemãs, apenas a BMW tem atuação consistente no segmento de veículos zero emissão. A pressão causada pelo dieselgate pode fazer a Audi tirar ao menos parte deste atraso. Atualmente há apenas dois modelos elétricos na gama global da empresa. O movimento deve acirrar a concorrência com a Tesla, que atua com certa tranquilidade no segmento de veículos premium elétricos e tem a meta de vender 500 mil carros por ano.

A empresa alemã teria em seus planos o desenvolvimento de um SUV zero emissão baseado no conceito E-tron Quattro, apresentado no Salão do Automóvel de Frankfurt do ano passado. A novidade rivalizaria com o Modelo X da Tesla. Para sustentar a atuação em elétricos, a Audi pode precisar fazer cortes no programa de desenvolvimento de tecnologias para motores a combustão. Em 2015 a companhia investiu € 4,24 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.

Em junho o Grupo Volkswagen anunciou novo plano estratégico que destina bilhões de euros ao desenvolvimento de modelos elétricos, e autônomos. Está previsto o lançamento de 30 carros zero emissão em 10 anos. Com o projeto, a meta da empresa é superar o dieselgate e se tornar líder global em transporte sustentável.

Fiat completa 40 anos de produção no Brasil

Fiat completa 40 anos de produção no Brasil

Fábrica de Betim está em meio ao maior ciclo de investimento de sua história

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24246/fiat-completa-40-anos-de-producao-no-brasil

REDAÇÃO AB

No último dia 9 a Fiat completou 40 anos de produção no Brasil a partir do início das operações de sua fábrica localizada em Betim (MG), a primeira da indústria nacional a sair do eixo Rio-São Paulo. Com 50 modelos produzidos e lançados nestas quatro décadas, a unidade está em meio ao seu maior ciclo de investimento, recebendo desde 2010 um total de R$ 7 bilhões em aportes, incluindo o desenvolvimento de novos produtos – como a picape Toro e o compacto Mobi – previsto para terminar neste ano.

Inaugurada em 1976 com o lançamento do Fiat 147, as linhas de produção já entregaram até hoje mais de 15 milhões de veículos, dos quais mais de 3 milhões foram destinados às exportações para 30 países. Em quatro décadas, o carro mais produzido foi o Uno, com pouco mais de 3,7 milhões de unidades.


O acordo de interesses foi assinado pelo então presidente da Fiat, Giovanni Agnelli, e o governador de MG, Rondon Pacheco, em 14 de março de 1973. A fábrica foi inaugurada 3 anos depois, em 1976, com o primeiro modelo em linha Fiat 147.

Um dos principais objetivos do Grupo FCA é a completa modernização da fábrica, cuja capacidade aumentou para 800 mil veículos por ano, transformando-se na maior fábrica de veículos da América Latina e a maior do grupo em capacidade instalada em todo o mundo.

Como parte desse processo, a unidade de prensas passou a operar, em 2011, com duas linhas de alta cadência, capazes de dar 16 golpes por minuto, o dobro da velocidade das prensas convencionais. Novos robôs foram inseridos na linha de produção, trazendo mais tecnologia e precisão: somente na funilaria, 195 robôs foram inaugurados a partir do início da produção do Mobi, projeto que recebeu R$ 1,3 bilhão em investimento (leia aqui). A montagem da carroceria do novo modelo é totalmente automática, do pavimento até o teto, passando pelas laterais e partes móveis, como portas, paralamas e capô.

A fábrica também contará com um novo prédio dedicado à pintura dos veículos, cujas obras estão na fase final com equipamentos mais modernos e eficientes, elevando o patamar de qualidade do processo. As obras estão em fase final.


Primeiras prensas da fábrica da Fiat em Betim instaladas em 1976 e as novas prensas instaladas em 2011 capazes de dar 16 golpes por minuto

UMA FÁBRICA QUE NÃO PARA

Segundo a Fiat, o processo de modernização ocorre sem a interrupção dos trabalhos das linhas de montagem, permitindo à empresa realizar simultaneamente grandes mudanças de processos, incorporação de novas tecnologias, além de um programa para o treinamento e desenvolvimento de pessoas.

“A ênfase está em combinar qualidade e eficiência, através de processos produtivos cada vez mais precisos e compartilhados por toda a cadeia produtiva”, afirma o presidente da FCA para a América Latina, Stefan Ketter.

Desde 2007, a fábrica adota o sistema de produção WCM – World Class Manufacturing, desenvolvido pela própria Fiat e baseado no Lean Manufacturing, sistema de produção enxuta criado pela Toyota. Por meio dele, a empresa abrange todos os aspectos da manufatura, desde postos de trabalho, passando por qualidade, manutenção até logística. É aplicado em todas as fábricas da FCA no mundo e que compartilham entre si as melhores práticas, a maior parte vinda de sugestões dos próprios funcionários.

Com este novo processo, a fábrica ganhou mais flexibilidade, capaz de se adequar rapidamente às variações e oscilações de demanda, com a possibilidade de montar diferentes modelos em uma única linha de produção. O inverso também é possível, com um modelo sendo montado em diferentes linhas, simultaneamente. Atualmente, o número de peças manuseadas diariamente ultrapassa 3,5 milhões, abastecidas por cerca de 300 fornecedores.


A 147 pick-up, a primeira picape leve derivada de um automóvel no Brasil, de 1978, o Fiorino Furgão, apresentado como menor caminhão do mundo e o Uno Mile, o modelo mais produzido por Betim.

Aliada à produtividade, a sustentabilidade do complexo está presente em todos os setores, sendo a primeira fábrica de veículos leves a obter o certificado ISO 14001, de gestão ambiental, e também o ISO 50001, de gestão de energia. Atualmente, 99,4% da água utilizada para produzir carros é de reúso, graças a um dos mais modernos sistemas de tratamento e recírculo de água do Brasil, utilizada pela unidade como parte do investimento em novas tecnologias a partir de 2010.

A fábrica de Betim foi também a primeira no país a obter a marca de aterro zero: nenhum resíduo é enviado para aterros – 97% são reciclados e os 3% restantes reaproveitados. Até mesmo sobras de tecido automotivo e de cintos de segurança têm uso: elas viram acessórios, como bolsas e mochilas, por meio do Cooperárvore, cooperativa do programa social Árvore da Vida, gerando renda e integração para as regiões vizinhas à fábrica. Mais de 25 toneladas de materiais já foram reaproveitadas, em 10 anos, dentro do escopo do programa, desenvolvido pela FCA.

PROMOVENDO A INOVAÇÃO

Para a Fiat, a palavra de ordem ao longo dos anos foi a inovação. As novidades passam pelo crivo do centro de pesquisa e desenvolvimento Giovanni Agnelli, instalado no complexo industrial de Betim, cujos trabalhos são realizados em sinergia com demais centros de P&D do grupo FCA, em Turim (Itália), Aurburn Hills (EUA) e o mais recente aberto no complexo industrial de Goiana (Pernambuco).

“Projetamos modelos que atendem às expectativas do consumidor brasileiro. É a nossa visão sobre os nossos carros, com inspiração na excelência do design italiano”, afirma o diretor do FCA Design Center Latam, Peter Fassbender.

“O que as pessoas esperam de um carro muda com o tempo e estamos acompanhando essas transformações”, explica o diretor de estratégia de produto da FCA, Carlos Eugênio Dutra.

Entre seus feitos, a empresa guarda no currículo a criação da primeira picape derivada de um automóvel de passeio em 1978, foi a primeira a produzir carros populares no País em 1990, com o Uno Mile, ofereceu em primeira mão conteúdos de segurança em carros nacionais, como airbag, inaugurou a era da conectividade nos veículos do Brasil ao lançar o primeiro carro com conexão bluetooth, inaugurou a tecnologia start&stop no novo Uno, entre outras.

Das áreas de engenharia e design, estão na lista inovações como o Fiat 147 sendo o primeiro carro a etanol fabricado em série no mundo, em 1979. Em 2006, nasceu o Siena tetrafuel, primeiro e único veículo do mundo movido a quatro combustíveis. Em 2009, a Fiat convidou clientes de todo o mundo a criarem o carro do futuro: o Fiat Mio, o primeiro carro conceito desenvolvido na plataforma creative commons, do qual participaram consumidores de cerca de 160 países enviando mais de 17 mil ideias e sugestões.


Primeiro carro nacional com motor de 4 válvulas por cilindro; primeiro veículo tetrafuel; a picape Toro que inaugurou o conceito de tampa traseira bipartida e o Mobi, primeiro modelo nacional com tampa de porta-mala totalmente em vidro.

Atualmente, um projeto nos moldes de startup funciona na planta de Betim a fim de gerar novas ideias a serem implementadas na operação. O núcleo é formado por especialistas de diversas áreas, de engenheiros a economistas, passando por químicos e designers. “Promovemos a construção de tecnologia nacional, de forma viável, prática, acelerada e sempre com foco no cliente”, afirma Toshizaemom Noce, supervisor de inovação da FCA.

Entre as pesquisas realizadas pelo grupo está o Projeto Girassol, um sistema fotovoltaico gera energia elétrica adicional para a bateria, resultando em economia de combustível e redução de emissões. Outras pesquisas em andamento avançam sobre os novos conceitos da conectividade. “A experiência de uso será o fator determinante para os automóveis daqui para frente e é nisso que estamos trabalhando hoje”, explica o executivo.

Entre as realizações da marca sob o leque da conectividade estão o Fiat Live On, utilizado no Mobi, que ao integrar o smartphone ao veículo transforma o celular na central multimídia do carro, por meio de um aplicativo, possibilitando acesso a comandos pelo volante multifuncional. O sistema traz ainda o EcoDrive, que fornece informações sobre a condução, em especial quanto à economia de combustível, e o Car Parking, que mostra o último local em que o carro foi estacionado.

“Nossa missão é continuar a desenvolver produtos e serviços que estejam, cada vez mais, conectados às necessidades dos clientes, encontrando formas de conjugar meio ambiente, mobilidade, prazer e comodidade”, enfatiza Eugênio Dutra.

Com o projeto Futuro das Cidades, a marca já se movimenta para, de maneira colaborativa, conhecer o ecossistema onde estão inseridos seus produtos, mapear problemas potenciais e contribuir para o desenvolvimento de soluções de mobilidade para as cidades brasileiras. Em breve, lançará uma plataforma aberta e colaborativa, que servirá como um espaço de conhecimento sobre a mobilidade.

“A boa mobilidade não é necessariamente a que tenha mais carros, metrôs, corredores de ônibus, avenidas, ciclovias ou calçadas de qualidade, mas a que faça uma combinação justa, inteligente e eficiente de todos os modos de transporte possíveis”, explica Mateus Silveira, especialista em future insights da FCA e líder do projeto. A iniciativa já agrega empresas, especialistas, universidades e entidades da sociedade civil e do terceiro setor. “Queremos entender o modelo de cidades que estamos construindo e debater projetos que possam contribuir para o bem-estar urbano”, conclui Silveira.

Jaguar Land Rover inaugura fábrica brasileira

Jaguar Land Rover inaugura fábrica brasileira

Linha de montagem começa a operar em ritmo lento com o Evoque

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24105/jaguar-land-rover-inaugura-fabrica-brasileira

PEDRO KUTNEY, AB | De Itatiaia (RJ)

Dois anos e meio após anunciar investimento de R$ 750 milhões para construir sua primeira unidade industrial própria fora do Reino Unido, a Jaguar Land Rover (JLR) inaugurou oficialmente na terça-feira, 14, sua linha de montagem brasileira em Itatiaia – a quarta planta de veículos na região sul-fluminense do Rio de Janeiro, que já conta com MAN, PSA Peugeot Citroën e Nissan. Instalada no belo cenário emoldurado pela cadeia de montanhas das Agulhas Negras, a primeira fabricante britânica a fazer automóveis na América Latina é a última da leva de marcas premium a fixar operação local depois que o governo brasileiro criou, em 2012, o Inovar-Auto, política para o setor automotivo que instituiu a sobretaxação de 30 pontos porcentuais extras de IPI a carros importados, e assim praticamente obrigou empresas que quisessem crescer no País a produzir localmente.

Construída em pouco mais de um ano em um terreno de 60 mil metros quadrados, é uma operação ainda pequena, com capacidade para montar 24 mil unidades/ano, credenciada no regime especial do Inovar-Auto, que permite a instalação de plantas de baixo volume que trabalham com maior quantidade de componentes importados – Audi, BMW e Mercedes-Benz já operam da mesma maneira no Brasil.

De início, só a linha de montagem final de Itatiaia está operacional em enorme área com muitos espaços ociosos de 600 metros quadrados, mostrando que as ambições futuras são bem maiores do que o lento ritmo inicial de produção de apenas um veículo por hora em um único turno de oito horas de segunda a sexta-feira. A capacidade é bem maior, de nove unidades/hora. “Claro que planejamos a fábrica pensando em pelo menos mais cinco anos adiante, quando esperamos que o mercado brasileiro volte a crescer, aí poderemos aproveitar todo o potencial que instalamos aqui”, afirma Frank Wittemann, presidente da JLR América Latina e Caribe. Segundo ele, a expectativa quando o investimento foi anunciado era de que o primeiro turno chegasse ao topo de 12 mil carros/ano mais rápido, mas com a retração do mercado Wittmann admite que isso deve demorar pelo menos até o fim de 2017 para acontecer.

Com a demanda retraída, não foi dado prazo para que as áreas de soldagem e pintura entrem em operação, embora já exista espaço suficiente para isso. No momento, as carrocerias chegam da Inglaterra armadas e pintadas, em sistema de kits SKD. Ao caminhar pelos 150 metros de comprimento da linha de montagem brasileira da JLR, fica nítida a grande quantidade de componentes importados usado na produção do Range Rover Evoque, o primeiro Land Rover nacionalizado, a quem o Discovery Sport deve se juntar até o fim de julho. Por enquanto, já são comprados no Brasil vidros da Pilkington, bancos e baterias da Johnson Controls, escapamentos da Benteler, que também faz a montagem do conjunto motor e seus periféricos, radiador e suspensão – parte do serviço é feita na vizinha unidade da Benteler em Porto Real e a finalização no interior da fábrica da JLR em Itatiaia.

OPERAÇÃO IMPORTANTE

Apesar da modesta operação inicial em um mercado retraído, a JLR garante que este é um passo importante em sua estratégia mundial. “Seguimos o princípio que a produção deve seguir o mercado. A abertura de novas instalações no Brasil representa o mais recente marco na nossa expansão global”, afirmou Wolfgang Stadler, diretor-executivo de manufatura global da JLR, que tem seis plantas no Reino Unido, uma joint venture com a Chery para produção na China e outra linha de montagem na Índia com a empresa controladora Tata Motors, que comprou a JLR da Ford em 2007.

“Este é um mercado importante para nós, porque lideramos aqui um terço das vendas de SUVs premium. Não estamos preocupados com os altos e baixos da economia porque quando fazemos um investimento dessa magnitude olhamos para os próximos 20 a 30 anos”, destaca Stadler.

A pequena operação industrial brasileira da JLR foi viabilizada pela concessão de incentivos tributários. A montagem local também evita o pagamento de imposto de importação de 35% de dois modelos Land Rover que respondem por 70% de suas vendas no mercado brasileiro, o Range Rover Evoque e o Discovery Sport. Mais recentemente, também foram concedidos pelo governo federal ex-tarifários, com redução da alíquota de importação para 2%, de importantes itens importados usados na produção, incluindo os motores.

Não serão reduzidos os preços dos veículos montados em Itatiaia em relação aos importados. A ideia é usar a nacionalização para reduzir a exposição cambial e compensar com a redução de impostos já obtida a depreciação do real, que torna mais caros os componentes importados. Mesmo com preços que giram acima dos R$ 200 mil, a meta é assegurar a liderança de vendas de SUVs de luxo no mercado brasileiro, onde um a cada três modelos vendidos no segmento é Land Rover.

Ao menos por enquanto as exportações estão fora dos planos, 100% dos carros montados localmente serão destinados somente a clientes brasileiros. “Não quero antecipar o futuro, mas não vamos deixar de examinar as oportunidades que surgirem. No momento, no entanto, o plano é abastecer só o Brasil”, diz Stadler.

A fábrica é flexível, tem ambas as marcas do grupo, Jaguar e Land Rover, estampadas na entrada, pode fazer outros modelos, mas no momento não há planos para expandir o portfólio montado no Brasil. “Não ficaria surpreso se no futuro esta unidade fizesse outros tipos de carros, continuamos atentos às possibilidades, mas não temos planos de fazer isso agora”, garante Stadler.

MERCADO SEGUE PROMISSOR

Apesar de as vendas da Land Rover no Brasil terem caído 6,5% de 2014 para 2015, com 8,8 mil emplacamentos, com nova queda de 8% anotada de janeiro a maio deste ano na comparação com o mesmo período de 2015, com pouco mais de 3 mil unidades vendidas, os negócios acabaram sendo compensados pelo crescimento acima de 70% nas vendas da Jaguar este ano, mas com volume ainda modesto de 224 carros. “A volatilidade em mercados emergentes é normal, o momento realmente é difícil e as vendas estão caindo, mas conseguimos ficar quase estáveis e este ano devemos repetir o número do ano passado, em torno de 10 mil unidades. No próximo ano esperamos voltar a crescer”, afirma Frank Wittemann.

A aposta, assim como apostam as outras marcas premium que se instalaram no Brasil, é que o segmento no País decole para bastante além da fatia atual de 2,5% e chegue aos 10% das vendas, como é comum em diversos outros países. “O mercado está em queda mas o potencial do País continua intacto. Temos certeza que o crescimento vai voltar, especialmente no segmento premium”, avalia o executivo.

PROJETO EDUCACIONAL

Junto com a fábrica e a criação de 300 empregos diretos e cerca de mil outros na cadeia de produção, a JLR espera ajudar a acelerar o desenvolvimento do polo automotivo sul-fluminense por meio da divulgação de sua presença e seus valores corporativos na região, estreitando laços com a comunidade local. Também foi inaugurado em Itatiaia o primeiro Centro Educacional (EBPC) da Jaguar Land Rover fora do Reino Unido, que em conjunto com o Senai irá oferecer programas de educação e atividades em sala de aula para até 12 mil crianças de 5 a 18 anos em escolas locais por ano.

Os cursos são voltados para áreas como engenharia, manufatura e outras atividades relacionadas ao negócio automotivo. “Nosso EBPC é apenas um passo que estamos dando para entregar programas educacionais interessantes a crianças de diversas idades. A nossa ambição é incentivá-las a considerar uma carreira na indústria automotiva no futuro”, explica Stadler.

Dentro de seu projeto educacional, a Jaguar Land Rover lançou em 2015 o programa “Inspirando os Trabalhadores de Amanhã” e mais de 100 alunos completaram o curso, dos quais 12 estão trabalhando na fábrica e outros estão também empregados na indústria automotiva da região. O programa oferece experiência de trabalho, formação e qualificações para as pessoas em situação de desemprego, a fim de prepará-los para oportunidades na indústria automotiva. É o primeiro projeto de formação que a JLR adota fora da matriz, no Reino Unido.

Toyota já faz motores em Porto Feliz

Toyota já faz motores em Porto Feliz

Entraram em produção os 1.3 e 1.5 para o Etios; Corolla fica para depois

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23925/toyota-ja-faz-motores-em-porto-feliz

PEDRO KUTNEY, AB | De Porto Feliz (SP)

Vista aérea a nova fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz (SP)
No início deste mês a Toyota começou a produzir motores pela primeira vez na América Latina em sua fábrica de Porto Feliz, no interior paulista, a meio caminho das unidades de montagem final da empresa em Sorocaba, onde é feito o Etios, e Indaiatuba, que faz o Corolla. A montadora investiu R$ 580 milhões na nova planta para avançar na nacionalização de seus produtos no Brasil, reduzindo assim a exposição ao câmbio, ao mesmo tempo em que atende parte das exigências do programa Inovar-Auto, que concede isenções fiscais para incentivar o maior volume de compras no País e localização de processos industriais.

A inauguração oficial da fábrica de Porto Feliz foi feita na terça-feira, 10, mas a unidade já estava em operação para atender a recém-lançada versão 2017 dos Etios hatch e sedã (leia aqui). Inicialmente, entraram em produção os novos motores VVT-i de 1,3 e 1,5 litro, que passaram a equipar o Etios com economia em torno de 9% maior na comparação com a geração anterior dos mesmos propulsores – a maior eficiência energética também é uma das metas do Inovar-Auto.

Quando a construção da planta foi anunciada, em 2012, também estava prevista, em uma segunda etapa, a fabricação de motores para o Corolla. Contudo, com a retração das vendas e a queda dos volumes de produção, a Toyota deverá esperar mais para colocar esse projeto em andamento. “Ainda estudamos se faz sentido econômico. É necessário antes fazer um investimento maior para modernizar a fábrica de Indaiatuba. Quando decidirmos poderemos fazer aqui o motor do Corolla também”, explica Steve St. Angelo, CEO da Toyota America Latina. “Com a taxa de câmbio no nível atual, essa é a hora de buscar o aumento da nossa localização em todos os níveis, mas não é só isso que importa nesse caso [da importação do motor do Corolla], é um projeto maior”, acrescenta.

Pelo mesmo motivo, foi suspenso o plano de produzir o Corolla também em Sorocaba, como forma de aliviar a unidade de Indaiatuba em caso de maior procura pelo modelo. “O mercado mudou e hoje não precisamos de mais Corolla além do que já fazemos”, diz St. Angelo. No entanto, muitos dos investimentos para aumentar a produção brasileira da Toyota já foram feitos, segundo explica o vice-presidente da empresa para a América Latina, Luiz Carlos Andrade Jr.: “O que estamos fazendo é ficar preparados para fazer mais se o mercado demandar. Não tínhamos isso antes e perdemos oportunidades de avançar mais no País”, avalia.

“Esta nova unidade de motores reafirma a estratégia de longo prazo da Toyota, que enxerga o potencial da América Latina e do Brasil para emergir como poder econômico global nas próximas décadas”, disse St. Angelo em seu discurso durante a cerimônia de inauguração em Porto Feliz, em que procurou dissipar a tensão causada pela crise econômica. “Mantemos nossa promessa de investir no Brasil. Estamos sofrendo como nossos concorrentes, mas estamos trabalhando para superar esse momento, porque temos certeza que a economia vai se recuperar. Seremos recompensados no futuro”, destacou.

CAPACIDADE SOB DEMANDA

A fábrica de Porto Feliz nasce com capacidade para 108 mil motores/ano, a mesma instalada em Sorocaba para fazer o Etios. “Vamos seguir a demanda, quanto mais Etios vendermos, mais motores vamos produzir. Por isso fizemos uma planta extremamente flexível, capaz de operar com diferentes níveis de produção. Mas se for necessário expandir, também podemos fazer isso rápido, temos bastante espaço aqui para crescer”, diz St. Angelo. A planta está instalada em um terreno de 872,5 mil metros quadrados, tem atualmente 320 empregados e opera em dois turnos.

A Toyota garante que instalou no Brasil sua mais moderna, eficiente e completa fábrica de motores no mundo. Como poucas, a planta agrega todas as três etapas de produção, incluindo a fundição dos blocos e cabeçotes de alumínio, usinagem e montagem final. “Isso garante o maior controle dos processos e da qualidade”, explica Andrade Jr. “Esta fábrica também significa uma maior independência em relação à matriz, agora temos muita flexibilidade para atender melhor o mercado. Podemos produzir aqui qualquer motor com adaptação muito rápida da linha em termos de variedade e quantidade”, diz.

Para reduzir o tamanho da área normalmente ocupada pela fundição e aumentar a eficiência do processo, o forno de fusão que derrete o alumínio teve as dimensões diminuídas, para que pudesse ser instalado ao lado da moldagem, eliminando assim o transporte do metal derretido dentro da fábrica. A solução trouxe ganhos de segurança e produtividade. Também são usados somente aditivos inorgânicos dentro dos moldes dos blocos, para evitar a emissão de partículas e gases tóxicos. Com isso, foi possível diminuir o tamanho dos coletores de poeira, economizando espaço.

VW investe R$ 200 milhões na nova Saveiro

VW investe R$ 200 milhões na nova Saveiro

Recursos aplicados no produto e na modernização da linha na Anchieta

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23630/vw-investe-r-200-milhoes-na-nova-saveiro

PEDRO KUTNEY, AB

A Volkswagen informa que investiu R$ 200 milhões para desenvolver e fabricar a nova picape Saveiro, que chega às concessionárias este mês pela primeira vez com cara diferente do Gol, com o qual ainda compartilha a já antiga plataforma PQ24 (leia aqui). O montante é parte do programa em curso de R$ 10 bilhões, previstos para o período 2014-2018, e foi aplicado no desenvolvimento do veículo e na modernização de processos produtivos da fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), onde é produzida a Saveiro.

Contando com os R$ 363 milhões aplicados recentemente para reestilizar e produzir os novos Gol e Voyage, também apresentados este mês (leia aqui), a montadora investiu o total de R$ 563 milhões na renovação de meia-vida de sua família brasileira de compactos montados sobre a mesma base construtiva. Os três modelos deverão sobreviver dessa forma até 2018 ou 2019, quando está prevista a conversão deles para a plataforma modular global MQB do Grupo VW, conforme antecipou Automotive Business (leia aqui).

Embora tenha descolado o design da picape dos demais modelos familiares da plataforma-tronco PQ24, a Volkswagen adotou na Saveiro exatamente a mesma estratégia de renovação aplicada nos novos Gol e Voyage: atualizou o painel e introduziu no veículo a arquitetura eletroeletrônica global do grupo, para dessa forma poder oferecer mais recursos de infoentretenimento e conectividade. O objetivo é tentar estancar a queda na participação de mercado da marca no Brasil enquanto não é possível renovar integralmente a plataforma de seus campeões de vendas.

Lançada em julho de 1982, a Saveiro já acumula mais de 1,1 milhão de unidades produzidas em São Bernardo do Campo, sendo que desse total mais de 200 mil unidades foram exportadas para mais de 60 países, principalmente da América do Sul. “As qualidades da Nova Saveiro certamente ajudarão a marca a conquistar novos clientes no Brasil e também novos mercados para exportação”, destaca o presidente e CEO da Volkswagen do Brasil, David Powels, em comunicado distribuído à imprensa na quinta-feira, 17, um dia após a apresentação da picape reestilizada que chega às concessionárias em abril próximo.

Além de usar a mesma plataforma reprojetada, a motorização segue sendo a mesma: o velho EA111 1.6 de 104 cavalos para a maioria das versões e o novo e mais eficiente EA211 1.6 de 120 cv, com bloco e cabeçote de alumínio, aplicado somente na Saveiro Cross.

MODERNIZAÇÕES NA FÁBRICA

Segundo a Volkswagen, as mudanças tecnológicas aplicadas à nova Saveiro exigiram alterações no processo produtivo das áreas de estamparia, armação (soldagem de carroceria), pintura e montagem final na planta Anchieta. Na estamparia, onde são prensadas as chapas dos carros, foram adquiridos equipamentos de medição de última geração e uma nova esteira para a inspeção das peças da superfície.

Já na armação da Nova Saveiro, um novo equipamento é responsável pela junção (grafagem) das peças da tampa dianteira do veículo. A pintura recebeu dispositivos específicos para a colocação de apliques como o friso para a lateral externa e para as soleiras da Saveiro Cross.

A exemplo do que aconteceu nas linhas de montagem dos novos Gol e Voyage, para a Saveiro também foram instalados dispositivos para o encaixe do novo painel (cockpit). Outra nova ferramenta é o manipulador para facilitar a montagem do conjunto frontal do veículo. O equipamento transporta, centraliza e encaixa o conjunto na carroceria. A Saveiro nas Versões Robust, Trendline e Highline são equipadas com o consagrado motor 1.6l Total Flex, de até 104 cv (etanol). Já a versão Cross está equipada com o novo motor 1.6l MSI, da família EA211, de até 120 cv.

Foton Caminhões detalha parceria com Agrale

Foton Caminhões detalha parceria com Agrale

Empresa aponta que veículos feitos pela Agrale já terão 65% de conteúdo nacional

Fonte: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23599/foton-caminhoes-detalha-parceria-com-agrale

REDAÇÃO AB

Em comunicado divulgado na segunda-feira, 14, a Foton Caminhões detalhou como vai funcionar a parceria para montagem de seus caminhões provisoriamente na fábrica da Agrale (leia aqui). Segundo informou o representante da marca chinesa no Brasil, os veículos a serem montados na Serra Gaúcha a partir deste ano já terão 65% de conteúdo nacional. A meta é elevar o porcentual para 70% quando a planta própria da empresa entrar em atividade na cidade de Guaíba (RS), que tem inauguração prevista para o primeiro semestre de 2017.

No último dia 10, a Foton assinou acordo com a Agrale para a montagem de caminhões por 12 meses na unidade 2 da fabricante em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha . Com a parceria, a Foton pretende evitar um novo atraso na nacionalização de seus produtos, que estava prevista inicialmente para começar em 2014.

A empresa levará cerca de quatro meses para fazer os ajustes técnicos necessários na linha de montagem da Agrale. Apenas a partir de agosto serão montados ali três modelos de caminhões, de 3,5, 10 e 13 toneladas de Peso Bruto Total (PBT). Segundo a Foton, os protótipos já completaram todas as fases de testes com bons resultados.

A parceria entre as duas empresas prevê que a Foton fique responsável pelas compras de componentes com os fornecedores, além de toda a logística e inspeção final da qualidade dos produtos. Por outro lado, a Agrale cuidará da montagem dos caminhões.

A marca chinesa tem programa de investimento de R$ 250 milhões para o Brasil. Do total, R$ 160 milhões serão aplicados na construção da fábrica em Guaíba, que terá capacidade para fazer 20 mil caminhões por ano. O restante irá para uma nova área de desenvolvimento de produtos.

GM ameaça rever investimento no País

GM ameaça rever investimento no País

Fabricante pode cancelar aporte de R$ 6,5 bilhões para 2017-2019

FONTE:http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23468/gm-ameaca-rever-investimento-no-pais

PEDRO KUTNEY, AB

Ammann: otimismo revisado para pessimismo
Seis meses de aprofundamento da crise econômica no Brasil fizeram a General Motors e o seu presidente mundial Dan Ammann mudar rápido de ideia quando ao potencial do País nos próximos anos. Em julho de 2015, dizendo-se confiante no potencial do mercado brasileiro apesar do cenário adverso, o executivo anunciou que a companhia faria um aporte adicional de R$ 6,5 bilhões entre 2017 e 2019 para desenvolver aqui nova família de veículos de segunda linha para países subdesenvolvidos (leia aqui). Sete meses depois, no fim da semana passada, em entrevista somente ao jornal O Estado de S. Paulo, Ammann revisou drasticamente suas perspectivas, dizendo que a GM vai “reavaliar” o investimento caso não aconteçam “sinais de avanços políticos e econômicos nos próximos 6 a 12 meses”. Solicitada a confirmar as declarações, a assessoria da GM do Brasil limitou-se a informar que a empresa não vai comentar a entrevista.

Segundo Ammann relatou ao jornal, a GM já viveu diversas crises no País, “mas o que mais nos preocupa agora é que pode não haver solução nos próximos três anos” em termos de recuperação do mercado brasileiro, que em 2015 teve retração de 23% nas vendas e este ano é esperada nova contração que pode derrubar o patamar para menos de 2 milhões de veículos pela primeira vez em uma década. “A pergunta mais importante é saber quando vamos ver estabilidade para criar uma situação que permita continuar nossos investimentos”, acrescentou.

Como o plano era continuar a fazer mais do mesmo – carros sem atratividade global, só vendidos regionalmente –, o câmbio favorável para exportações também não anima a companhia. Muito pelo contrário, o executivo disse que o real desvalorizado mais atrapalha do que ajuda, pois torna mais caras as importações de componentes.

CAIXA-PRETA

Apesar de todos os anúncios de investimentos no Brasil, é impossível confirmar se a GM – e diversas outras montadoras – está de fato aplicando tudo que disse que iria aplicar. Pode ser que o aporte a ser revisado jamais saia do papel independentemente da situação econômica. Mesmo o programa anterior, de R$ 6,5 bilhões de 2014 a 2016, tem todos os ingredientes para ser inverossímil, já que a companhia não fez nenhum gasto desse porte nos últimos anos. Tudo está dentro de uma caixa-preta, sem nenhuma transparência.

Pelo que se sabe, a GM não tem caixa próprio suficiente no País para bancar investimento deste porte, vem registrando seguidos prejuízos na região, também não se conhece nenhum aporte feito pela matriz nos últimos anos para cobrir gastos desse tamanho. Por outro lado, a empresa não contratou nenhum grande financiamento junto ao BNDES, principal financiador dos investimentos do setor. A última vez que a GM do Brasil recorreu ao banco de fomento foi em 2009, segundo registros do BNDES para captar R$ 180 milhões aplicados ao desenvolvimento de nova família de veículos compactos no País – que no caso já foram lançados. O valor é muito pequeno para cobrir os bilhões anunciados pela companhia.

Chery fará 3 tipos de Tiggo no Brasil

SUVs serão produzidos em Jacareí no segundo semestre de 2016

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23196/chery-fara-3-tipos-de-tiggo-no-brasil

PEDRO KUTNEY, AB

Tiggo 5 provavelmente será o primeiro dos três SUVs a serem produzidos pela Chery no Brasil
Após o que chamou de “ano de aprendizado”, o primeiro de produção da fábrica brasileira de Jacareí (SP), Luis Curi, vice-presidente da Chery Brasil, anunciou como uma das lições aprendidas no País que a fabricante de origem chinesa iráproduzir aqui três tipos do SUV Tiggo, dois deles a partir do segundo semestre de 2016 e o terceiro em 2017. “Uma nova análise da situação nos mostrou que é melhor ir aonde a procura cresce atualmente e também existe mais rentabilidade na venda. Se já soubéssemos disso em 2009, quando iniciamos o projeto de produzir no Brasil, certamente teríamos começado a fazer esses carros primeiro”, explica o executivo.

Dos três SUVs, dois já são conhecidos do público brasileiro. O primeiro deles provavelmente será o Tiggo 5, quinta geração do modelo apresentado pela primeira vez no Brasil no Salão do Automóvel de São Paulo em outubro de 2014. O segundo é o Tiggo 3, a geração antiga do SUV que a Chery vem importando para o mercado brasileiro e até o ano passado era montado em CKD no Uruguai. O terceiro é o Tiggo 1, um SUV compacto montado sobre a mesma plataforma do Celer, que começou este ano a ser produzido em Jacareí, em versões hatch e sedã. Ainda não está definida, contudo, a ordem de chegada de cada modelo à linha de montagem: “Estamos estudando uma série de fatores de mercado para decidir”, informa Curi.

A Chery havia divulgado há um ano que começaria a fazer o novo Tiggo 5 em Jacareí no segundo semestre de 2015. Com a deterioração da situação econômica no Brasil, os planos mudaram e em julho passado a montadora anunciou que iria investir US$ 100 milhões para produzir o SUV só em 2017 (leia aqui). “Decidimos mudar de novo e adiantar o plano para aproveitar o crescimento desse segmento aqui”, justifica Curi. Ele também confirma que está mantido o início da produção brasileira do novo QQ, que já é montado em pré-série na fábrica e deve ser lançado comercialmente no País em março, com atraso de um ano em relação ao que havia sido informado em 2014.