Brexit e as consequências para a indústria automotiva

Brexit e as consequências para a indústria automotiva

Com a saída do Reino Unido da UE, montadoras pedem isenção de impostos

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24159/brexit-e-as-consequencias-para-a-industria-automotiva

REDAÇÃO AB

A surpreendente Brexit, apelido-sigla que define a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), apenas começa a ser digerida, mas já deixa a indústria automotiva preocupada. Fabricantes de veículos instaladas no continente pedem isenção de impostos nas relações comerciais, já que todas as empresas desenharam a atuação europeia contando com as condições de livre comércio do bloco e o mercado britânico de veículos, o segundo maior da região, tem alta relevância para a maioria das marcas.

As mudanças não devem ser imediatas, mas companhias com operação local já pensam na renegociação das condições atuais. “Nós não sabemos ainda o que a mudança significa para as operações que temos no Reino Unido até que seja definida uma nova legislação”, declarou à imprensa da região um porta-voz da BMW.

Representantes da General Motors, que controla a marca inglesa Vauxhall (uma versão britânica da alemã Opel), foram consultados pela agência Automotive News Europe. Segundo eles, a preocupação está em manter a livre circulação de bens e pessoas na Europa mesmo com a saída do Reino Unido do bloco econômico. Pelo acordo, estas condições são oferecidas apenas para membros da União Europeia, além da Suíça, Noruega e Islândia.

A Ford garante que, por enquanto, a decisão inglesa não altera seus planos de investimento para a região. A empresa defende que tomará todas as medidas necessárias para se manter competitiva no Reino Unido e nos outros países do continente.

INDÚSTRIA AUTOMOTIVA NO REINO UNIDO

O Reino Unido se tornou o segundo maior mercado de veículos da Europa, atrás apenas da Alemanha, com 2,47 milhões de unidades novas licenciadas em 2015, volume superior ao do mercado brasileiro no mesmo ano. A frota britânica soma 37 milhões de carros. Da produção local de quase 1,6 milhão de unidades no ano passado, fatia expressiva de 78% é destinada às exportações. A indústria automotiva gera 800 mil empregos no país e responde por fatia de 4% do PIB.

Hoje as montadoras que nasceram na Grã Bretanha têm controle internacional, como Mini e Rolls-Royce, que pertencem ao Grupo BMW; Jaguar Land Rover, agora controlada pelo grupo indiano Tata; Bentley, que integra o Grupo Volkswagen; Vauxhall, da General Motors; Aston Martin, nas mãos hoje de investidores dos Emirados Árabes; além de MG e Manganese, ambas pertencentes a conglomerados chineses. Além de fábricas de algumas destas marcas locais, o Reino Unido abriga a produção de veículos da Nissan, Toyota e operação de motores e transmissões da Ford.

Brasil e Argentina renovam acordo automotivo por mais 4 anos

Brasil e Argentina renovam acordo automotivo por mais 4 anos

Países preveem maior integração produtiva por livre comércio em 2020

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/24168/brasil-e-argentina-renovam-acordo-automotivo-por-mais-4-anos

REDAÇÃO AB

Brasil e Argentina concordaram em renovar o acordo automotivo por mais quatro anos no mesmo molde do atual, denominado flex, que vence na próxima quinta-feira, 30 de junho. O comitê automotivo formado por representantes dos dois países se reuniu em Brasília nos dias 23 e 24 de junho e concluíram as negociações com a definição das condições do novo acordo, que prevê uma agenda de trabalho com foco na integração industrial e comercial a fim de possibilitar o livre comércio entre os dois mercados a partir de julho de 2020.

O livre comércio entre os países era o objetivo do Brasil desde a retomada das negociações neste ano, mas a Argentina decidiu conduzir as negociações visando à permanência do regime de cotas (leia aqui).

Pelo acordo atual, os dois países podem exportar até US$ 1,50 um ao outro em veículos e autopeças para cada dólar que importam do vizinho. Por exemplo, quem importa o total de US$ 1 milhão pode vender ao outro até US$ 1,5 milhão sem cobrança de imposto de importação; o que fica acima desses limites é taxado normalmente.

A regra continuará valendo para o período entre 1º de julho de 2016 até 30 de junho de 2020. Em comunicado divulgado na segunda-feira, 27, a Anfavea, associação das fabricantes no Brasil, confirma que se forem alcançadas as condições de uma maior integração produtiva e comercial, o valor passa a ser de US$ 1,7, após prévio acordo entre as partes.

“Um acordo com horizonte de médio e longo prazos é fundamental para dar mais previsibilidade ao planejamento e segurança na definição de investimentos. Por esta razão avalio de forma muito positiva a conclusão das negociações pelos governos, que demonstraram equilíbrio e maturidade ao enxergar a relação de complementariedade produtiva entre os países e prever agenda de trabalho visando ao livre comércio”, declarou na nota o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

Por sua vez, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, comenta também em comunicado divulgado nesta data que o acordo de longo prazo trará benefícios mútuos ao conferir maior previsibilidade ao setor: “Depois de muita negociação, chegamos a um acordo por mais quatro anos que traz muita previsibilidade para o setor e que estabelece bases para o livre comércio automotivo a partir de 2020, uma grande vitória para a indústria nacional.”

Mercosul e UE se encontrarão em maio para negociar livre comércio

Mercosul e UE se encontrarão em maio para negociar livre comércio

Representantes farão propostas e especificações visando abertura comercial

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23767/mercosul-e-ue-se-encontrarao-em-maio-para-negociar-livre-comercio

REDAÇÃO AB

Está marcada para a segunda semana de maio em data ainda a ser definida o encontro entre os representantes do Mercosul e da União Europeia (UE)para as negociações de acesso ao mercado com vistas ao acordo de livre comércio entre os blocos. A previsão foi anunciada na última sexta-feira, 8, pela comissária de comércio da UE, Cecilia Malmström, e o ministro das relações exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, cujo país exerce a presidência na representação do Mercosul. Eles acertaram também um calendário de reuniões ao longo do ano.

Em comunicado divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as equipes farão suas propostas de ofertas de acesso a mercado, especificando as formas de aumentar a abertura comercial mútua de bens e serviços, incluindo compras governamentais. O objetivo é negociar um acordo de comércio global, reduzindo impostos alfandegários, removendo barreiras ao comércio de serviços e aprimorar as regras relacionadas a compras governamentais, procedimentos alfandegários, barreiras técnicas ao comércio e proteção à propriedade intelectual.

“Esta é uma agenda prioritária para o Brasil. Estamos reposicionando nossa política comercial, e a principal iniciativa reside na conclusão do acordo Mercosul e a União Europeia. A perspectiva do acordo preferencial de comércio entre os dois blocos oferece excelentes oportunidades. Temos a compreensão que esse passo será essencial para o nosso processo de inserção mais qualificada nas cadeias globais de valor e para uma integração mais efetiva às correntes de comércio internacionais”, afirmou em nota o ministro do MDIC, Armando Monteiro.

“A Europa tem forte laços econômicos e políticos com a América Latina. A melhora das condições de comércio entre a UE e os países do Mercosul trará importantes ganhos econômicos para todos os países. Os dois lados estão comprometidos, então eu acredito que a troca de ofertas permitirá que encerremos com sucesso essa longa negociação”, declarou Cecilia em nota.

HISTÓRICO

As negociações entre a UE e o Mercosul se iniciaram em 1999. Após uma troca de ofertas malsucedida em 2004, elas foram interrompidas por seis anos. Desde a retomada das conversas, em 2010, nove rodadas de negociação foram realizadas prevendo uma nova troca de ofertas, o que ainda não aconteceu.

Em janeiro de 2015, em reunião com o com o embaixador da Bélgica no Brasil, Josef Smets, o ministro do MDIC reafirmou que a posição do governo brasileiro era a de avançar nas negociações do acordo comercial entre os dois blocos. “Conseguimos evoluir no Mercosul, com convergência entre os países-membros, e estamos prontos para avançar com a apresentação de uma oferta para concluir as negociações. Hoje, esta é uma posição de governo no Brasil. Aguardamos também uma oferta da União Europeia para prosseguir. Fechar este acordo irá fortalecer o Mercosul”, disse na ocasião.

Em junho do ano passado, Monteiro foi a Bruxelas onde se reuniu com a comissária europeia Cecilia e com demais representantes do Mercosul. Em comunicado conjunto divulgado à época, Mercosul e UE reafirmaram a “importância de aprofundar e ampliar a relação entre os dois blocos e, para esse fim, realizaram uma troca franca e aberta de pontos de vista sobre o estado das negociações para um acordo de associação ambicioso, abrangente e equilibrado”.

Já em agosto do mesmo ano, o ministro participou da reunião da presidente Dilma Rousseff com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, no Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião, Monteiro avaliou que a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia dependia, fundamentalmente, do Brasil e da Alemanha. “Pela importância da Alemanha e, sobretudo, pelo iminente acordo, ou pelo menos o início da troca de ofertas com a União Europeia, eu diria que esse acordo Mercosul-União Europeia depende fundamentalmente de dois parceiros, o Brasil, pelo protagonismo no Mercosul, e a Alemanha, pelo extraordinário peso que a economia alemã tem na União Europeia”, disse.

Em outubro, o tema foi tratado pelo ministro na reunião do Comitê Econômico e Comércio Conjunto entre Reino Unido e Brasil (Jetco) realizada em Londres. Os países trocaram impressões sobre as negociações comerciais e sobre as estratégias de exportação, além da pauta sobre a troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia.

INTERCÂMBIO COMERCIAL

Em 2015, as exportações brasileiras para a União Europeia alcançaram a cifra de US$ 33,9 bilhões, 19,3% a menos que no ano anterior, quando esse valor foi de US$ 42 bilhões. Com isso a participação da UE nas exportações brasileiras caiu de 18,7% em 2014 para 17,8% em 2015. A pauta das exportações brasileiras para a UE é composta, principalmente por produtos básicos (48,3%). Os semimanufaturados representam 16,1% e os semimanufaturados, 35,1%.

Os principais produtos exportados para a EU em 2015 foram farelo de soja, com participação de 9,8% do total das exportações para o bloco; café em grãos (8,5%), minério de ferro (6,6%), soja em grãos (6,4%) e celulose (6,3%).

Na via contrária, as importações brasileiras da UE foram de US$ 36,6 bilhões em 2015, com queda de 21,6% sobre o valor importado em 2014, de US$46,7 bilhões. A participação da UE nas importações brasileiras elevou-se de 20,4% para 21,4%. No ano passado, o Brasil importou da UE principalmente manufaturados (95,2%), enquanto os semimanufaturados representaram 3,1% e os básicos 1,7%.

Os principais produtos importados da UE foram medicamentos p/ medicina humana e veterinária, com participação de 8,5% do total das compras brasileiras do bloco; autopeças (4,6%), compostos heterocíclicos (3,3%); inseticidas, formicidas e herbicidas (3%) e automóveis (2,8%).

Exportações devem superar as expectativas

Exportações devem superar as expectativas

Anfavea considera que previsão de alta de 8% para o ano é conservadora

FONTE: http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23553/exportacoes-devem-superar-as-expectativas

SUELI REIS, AB

Com o crescimento de 26,8% das exportações de veículos no primeiro bimestre na comparação com mesmo período do ano passado, para 60,3 mil unidades, a Anfavea acredita que a atividade deve superar as expectativas para o ano: “Nossa previsão de aumento de 8% das exportações em 2016 é extremamente conservadora. Esperamos um crescimento maior que o projetado no início deste ano”, afirma Luiz Moan, presidente da entidade que reúne as montadoras, durante a apresentação dos dados de desempenho do setor à imprensa na sexta-feira, 4, em São Paulo.

- Veja aqui os dados da Anfavea

A maior contribuição para o resultado foi do segmento de leves, cujas vendas ao exterior aumentaram 28,7% no período, para pouco mais de 56,9 mil unidades, entre automóveis e comerciais leves. Os embarques de chassis de ônibus também subiram 15,7% nos dois primeiros meses do ano, passando de 733 para 848 unidades. O resultado geral das exportações só não foi melhor porque o volume de caminhões destinados a outros mercados caiu 3,1% neste começo de ano, para pouco mais de 2,5 mil unidades.

Segundo Moan, os embarques de veículos leves subiram 30% para a Argentina no primeiro bimestre, 142% para o México e 145% para a Colômbia e embora tenha registrado volume menor neste ano, as exportações de caminhões subiram 30% para o México e 40% para o Chile.

“Estamos trabalhando junto ao governo no esforço para alavancar as exportações ao máximo”, declara o executivo. Ele informa que com o fim das sanções internacionais impostas ao Irã, o Brasil estreitará acordos com aquele mercado: “As tratativas do ministro do MDIC com o Irã podem gerar novos negócios”, disse. Ele cita que o ministro Armando Monteiro anunciou ao setor que o Brasil poderá participar de uma concorrência para fornecer até 140 mil automóveis, 65 mil caminhões e 17 mil ônibus a longo prazo. Ele disse ainda que 10 empresas associadas à Anfavea já sinalizaram o interesse em fornecer seus produtos ao Irã.

Sobre a Argentina, Moan se diz “tão otimista quanto o ministro [do MDIC]”, uma vez que a Anfavea vai perseguir um acordo a longo prazo com o país vizinho com o objetivo de alcançar o livre comércio para o setor.

“Se for necessário um período de transição, nós o faremos. O importante é que ao final tenhamos atingido o livre mercado”, enfatiza.

Por outro lado, as exportações em valores continuam em declínio, mas com índice menor de queda: no primeiro bimestre os embarques renderam US$ 1,39 bilhão às montadoras, resultado 7,5% abaixo do verificado há um ano. “Há um mês, essa queda foi de 18%. A tendência é que durante o decorrer do ano vamos zerar essa queda e quem sabe buscar uma variação positiva”, disse Moan. Ele explica que este resultado se deve ao mix – menos embarques de produtos com maior valor agregado.